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Resenha – Guerra do Velho –  John Scalzi Resenha – Guerra do Velho –  John Scalzi
“A humanidade finalmente chegou a era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando... Resenha – Guerra do Velho –  John Scalzi

Capa da versão brasileira, lançada pela Editora Aleph

“A humanidade finalmente chegou a era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, a raça humana conta com tecnologias inovadoras e com a habilidade e a disposição das FCD – Forças Coloniais de Defesa. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos. John Perry vai aceitar esse desafio, e ele tem apenas uma vaga ideia do que pode esperar.”

Sabe, gosto muito de ficção e até meu TCC na faculdade foi sobre o assunto. Depois que encerrei as pesquisas do trabalho, precisava muito ler algo para relaxar e descansar a mente das pesquisas que foram cheias e muito teóricas. Até que então surge Guerra do Velho, com uma bela e bem elaborada ficção militar aos moldes de Tropas Estelares (que preciso ler também).

Como o nome já diz, a ficção militar trata-se de um subgênero da ficção científica que caracteriza o uso da tecnologia fictícia, principalmente armas, para fins militares e personagens principais que são membros de uma organização militar envolvidos em atividades que ocorrem por vezes no espaço ou em um planeta ou muitos planetas diferentes. Portanto tem tudo que eu gosto, como ficção e mundo militar.

Mas vamos ao que interessa. O livro começa já com o primeiro mistério, e que é percebido na contra capa do livro, com a chamada do livro, narrando um breve momento da vida do protagonista, dizendo sobre seu dia de ter ido ver o túmulo da esposa falecida e em seguida ir se alistar definidamente às Forças Coloniais de Defesa. Resumindo; a humanidade alcançou a “maioridade” e agora está entre as estrelas colonizando planetas e mais planetas, com isso veio também o conhecimento de raças alienígenas e também guerras e mais guerras para defender as coloniais fundadas por humanos, que na maior parte são provenientes de países de terceiro mundo ou com alta taxa de população. Como os indianos, por exemplo, com altas taxas de população que acabam escolhendo começar a nova vida em um planeta desconhecido e protegido pela Forças Armadas Coloniais de Defesa.

Para ajudar a leitura, é importante saber que o governo da terra é separado das FCD. A organização colonial esconde muitos segredos do governo da terra, como por exemplo as mais diversas guerras feitas pela humanidade, assim preservando a cultura terrestre e evitando o alarde e, para mostrar que as FCD’s mandam tecnologicamente, implantaram um elevador até a estação espacial mais próxima, deixando a humanidade terráquea com os pensamentos ocupados para desvendar como que o tal elevador conseguiu evitar as leis da gravidade convencionais e existir. Por aí já vemos que John Scalzi tem muita criatividade na mente e nos bombardeia cada vez mais com tecnologias e preceitos repensados, afinal, uma ficção deve ter sempre essas ideias inéditas, se não fica sem graça e maçante de ler.

O livro sempre nos mostra uma leitura boa, agradável e sempre com a dose necessária para a continuidade da leitura. O legal é que começamos a leitura com um bando de velharia de 75 anos de idade, cheia de experiências e vivências pensando como que as FCD iriam cura-los e mantê-los na ativa mesmo depois da idade avançada. Até aí eles vão jogando diversas teorias de como iriam fazer isso, até que finalmente você chega na parte e tem uma bela surpresa. Nesse momento fiquei com a sensação de já ter visto isso, principalmente num filme chamado Chapie, mas o escritor foi além e repensou o que vimos em Chapie e melhorou o modelo já visto e nos jogou com algo quase que exclusivo e original, eu me impressionei. Depois, como é de se esperar, temos uma leitura com os personagens admirados com a técnica de “rejuvenescimento”.

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Um humano lutando contra um consu

As guerras oferecidas no livro são aceitáveis e de fácil entendimento. Conseguimos de fato visualizar todo o campo de batalha e as cidades alienígenas descritas. Inclusive é até engraçado visualizar repartições de escritórios numa civilização alienígena. Falando em alienígenas, existem várias espécies. Temos em estilo lagosta, aranha, híbridos de humano e animal, com garras, tentáculos, homenzinhos de uma polegada e os com cara de esquilo e o que eu achei mais legal é que ele não descreve exatamente todo o ser, apenas nos dá breves características e deixa o resto para a nossa imaginação. De todos os aliens mostrados no livro, eu gosto dos Consu, que são uma civilização que leva a guerra como uma religião e se veem como os mediadores do universo, levando o equilíbrio entre todos os seres, fornecendo tecnologia para algumas civilizações evoluírem e destruindo outras que não merecem estar onde estão. O mais legal também que eles são extremamente “educados” e fazem cerimônia para tudo, inclusive para fazer suas guerras. Outra civilização que achei legal são os com cara de esquilo misturado com urso polar, que mostraram ter uma cultura forte e determinada. São esses os aliens que tem as repartições de escritórios com computadores e tudo.

Quando nos cansamos de ver guerra, John Scalzi nos dá o humor, ou quando cansamos das risadas, o autor nos entrega o lazer, já quando estamos cansados de relaxar, Scalzi nos coloca na batalha novamente, e ainda mais, quando cansamos de lutar, Scalzi nos mostra uma pitada de romance, mas sem enrolação e chatices. Minha única reclamação são os avanços de patentes feitas pelo protagonista da história, que em um mês avança de cabo para capitão. Tudo bem que eles estão em guerra, e avanços de patentes espontâneas são normais, porém há várias patentes de sargento e tenente antes. Contudo, não é uma reclamação tão grande assim, pois eu aceitei mais facilmente as tecnologias ficcionais do livro, como a dobra espacial e a antecipação de localização de dobra. E eu acho que as formas de patentes da FCD devem ser diferentes das que eu estou acostumado a ver.

Enfim, o livro é muito bem elaborado, com diálogos bem elaborados e pensado com inteligência. Arrisco dizer que o livro usa os diálogos e ações no momento certo. Afinal ele foi muito bem elaborado em questão de ficção militar e tem tudo que o gênero pede e, apesar da primeira edição ser de 2005, não tem ideias ultrapassadas e continua futurístico depois de tanto tempo. A Editora Aleph acertou em cheio ao lançar esse livro no Brasil, e espero ansioso as próximas edições. Inclusive o livro já está sendo adaptado para a TV, com o nome de Ghost Brigades, que infelizmente ainda não chegou ao Brasil.

Essa foi a resenha de hoje. Não deixem de comentarem suas opiniões sobre o livro. Sigam nossas redes sociais e assinem o nosso site, assim vocês não perderão nenhuma resenha. Até a próxima.

[stellar]
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Neto Pires

Não sou imune a erros, sou muito desligado e desajeitado, mas dá pra viver.

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[…] do livro, já que foi o livro que iniciou o estilo ficção militar e inspirou inclusive o livro Guerra do Velho e muitos outros […]

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