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Resenha: Quando Fazemos História (When We Rise) Resenha: Quando Fazemos História (When We Rise)
QUANDO FAZEMOS HISTÓRIA (WHEN WE RISE) When We Rise, Quando Fazemos História no Brasil, trata-se de um documentário sobre a luta LGBT nos Estados Unidos... Resenha: Quando Fazemos História (When We Rise)

QUANDO FAZEMOS HISTÓRIA (WHEN WE RISE)

When We RiseQuando Fazemos História no Brasil, trata-se de um documentário sobre a luta LGBT nos Estados Unidos desde a década de 70, até os dias de hoje. Atravessa gerações de uma mesma luta. Dividida em 8 episódios, escrita por Dustin Lance Black e produzida pela ABC, a minissérie nos mostra as lutas, perdas e conquistas pessoais, bem como, toda a repressão politica e social que cerca o movimento. A série não só informa, mas emociona. Nos mostra toda a história de uma família, que só pede por igualdade. Vale salientar, que o movimento, foi também o pioneiro para expansão do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos. 

[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]“Eu sabia qual era o meu chamado. Não como indivíduo. Mas como parte dá minha geração.” – Cleve Jones[/testimonials]


O primeiro episódio começa com Cleve Jones, escritor da obra que inspirou a série, mas também participante da “crônica”, que, já em sua fase adulta (Guy Pearce) fala sobre o começo da sua luta. Na adolescência, interpretado por Austin P. McKenzie, ele faz um jovem tímido. Pelo que consegui acompanhar, ele estudava em uma escola de freiras e foi pego por uma das madres aos beijos com outro garoto. Naquela época, isso era considerado absurdo, e sua maior preocupação, era que seu pai se tornasse conhecedor da situação. Porém, a senhora lhe assegurou: aquilo era algo que ele mesmo deveria fazer. Então, assim aconteceu. Na manhã do seu aniversário de 18 anos, foi até seu pai, psicólogo e conservador e apresentou-se, mas acabou sendo negado por sua família, que considerava a sua orientação sexual uma doença a ser tratada. Então sua luta começou. Se mudou para São Francisco, conheceu pessoas do seu “nós” e envolveu-se no conflito pelos direitos dos gays/LGBT. Até então, ele não tinha muitas perspectivas para o futuro, nem dinheiro ou alguém que o apoiasse. Mas nem de longe a cidade é a noite de amor que ele buscava.

Já Roma Guy (Emily Skeggs e Mary Louise Parker), pertencente a uma família de cristãos. Ela declara que lutará contra a opressão feminina no momento em que vê sua mãe, desejar simplesmente poder viver além das tarefas de casa. Ela faz parte do movimento sufragista, porém, enquanto estava em Togo, se envolveu com Diane (Fiona Dourif). Mas até então, ela não se considera gay. Ao ser levada para Boston, só havia conhecido e se apaixonado por uma única mulher, e ao chegar lá, entra ainda mais numa guerra já travada: seu desejo agora, é garantir um ambiente seguro para que mães lésbicas possam criar seus filhos em segurança.

Ken Jones (Jonathan Majors) é membro da marinha e é negro, mais uma vez, naquela época, chegava a dizer muito sobre alguém. Como homossexual, ele não lutava apenas contra o racismo, mas deveria viver “escondido”, com todos os oficiais e colegas de trabalho o observando. No começo da série, também mantinha um relacionamento com seu colega, que morreu durante uma missão, segundo suas próprias instruções. Sentindo-se indiretamente culpado pela tragédia, as margens da dor de uma grande perda, ele se vê só. A felicidade já não lhe é vista ou considerada um caminho. Fora transferido para São Francisco, e lá buscou uma igreja. É importante ver, como apesar de seguir um caminho, visto pela religião como “impróprio”, ele desejava voltar ao seu Deus. Após ouvir o sermão de um pastor que alega que pessoas como ele são “pragas” na sociedade, ele se põe a vagar, até entrar em um bar, onde se vê rodeado de Dragqueens. E é nesse lugar, onde ele nega ser como eles, mas também onde finalmente o destino dos três é cruzado, onde iniciam sua trajetória, almejando uma sociedade mais igualitária e justa.


Li em algum lugar, que a série tem como principal protagonista uma causa, e é esse sentido que teve para mim. No decorrer dos episódios, vi o sonho e todos os ideais de pessoas que só pediam por seus direitos, negados e sendo vítimas de atentados morais e físicos. É duro e forte de ver. Me arrancou lágrimas, mas também sorrisos. A série mistura um documentário com um drama, mas apesar da encenação, tudo que aconteceu ali mostra dados reais. Não precisamos ir longe para ver as raízes da violência de uma sociedade arcaica, que crê que o diferente é absurdo. O elenco conta também, com grandes nomes do cinema como Whoopi Goldberg e Kevin McHale. Sem dúvida, uma grande obra, para uma grande história. Embora os três, Cleve, Roma e Ken tenham entrado no “ring” por motivos diversos, suas conquistas beneficiam o todo. O homem negro, a mulher e o jovem gay, da maneira mais ignorante possível, vistos como “coisas” as quais devem ser mantidas quietas, várias perspectivas de um mesmo caso. Além dá intolerância, vemos a crise da AIDS acometer muitos dos LGBTs, que por motivos diversos, continuam a morrer tão cedo, a abandonar a batalha, felizmente, deixando um legado de força e perseverança. Um grupo que levantou sua voz, e enfrentou a guerra, dentro da guerra que já acontecia. Quando Fazemos História (When We Rise), mostra o passado que ainda vivemos. Mostra o gay mantido impune e violentado pela ignorância de muitos. Mostra casos dos que cresceram, mas que ainda são alvos de críticas e julgamentos. Mas lembra que ninguém está só, sejam héteros ou homossexuais. A homofobia e a violência de gênero hoje são considerados crimes. Eles, todos os gays, lésbicas, drags e bissexuais, ergueram sua bandeira e conquistaram seu lugar de direito, como continuarão a fazer no futuro.

Quando Fazemos História está sendo exibida atualmente no Canal Sony

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Leticia

19, paraibana. Grande admiradora de John Green, Nicholas Sparks e Isabela Freitas.

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