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******************************NÃO contém  spoiler******************************

Autora: Camilla Läckberg

Editora: Arqueiro / Gênero: Thriller psicológico / Idioma: Português / 320 páginas

Quando me deparei com a sinopse de “A Gaiola de Ouro” da autora Camilla Läckberg e constatei que se tratava de um thriller onde vingança seria o tema principal, logo o providenciei, e assim que o mesmo foi lançado o li em uma madrugada. O livro teve a capacidade de me viciar, de prender minha atenção o suficiente para que eu quisesse navegar freneticamente por suas páginas até chegar ao final. Mas engana-se quem pensa que se trata de um thriller excelente, cujo desenvolvimento e desfecho merecem cinco estrelas. Ele tem suas qualidades, mas também possui diversos problemas.

Ao apresentar a protagonista Faye, a autora nos desperta sentimentos ambíguos, se utilizando de técnicas que humanizam a personagem central, ao mesmo tempo que nos confronta com atitudes e pensamentos no mínimo questionáveis. Uma esposa dedicada, uma mulher submissa, uma mãe atenciosa e preocupada, uma amiga para toda a vida, mas acima de tudo… uma mulher determinada e vingativa. Faye é o tipo de mulher que abandona tudo pra se dedicar integralmente a família, e para ajudar o marido a construir um império reconhecido mundialmente. Tendo que lidar com uma nova realidade onde seu casamento passa a desmoronar, onde a ingratidão do marido juntamente com sua frieza passam a atormentá-la, Faye acaba sendo testemunha de um acontecimento que mudará seu comportamento e suas atitudes com todos ao seu redor. Desejando e planejando uma vingança contra aquele que ela tanto amou e se doou, a personagem passa a ser guiada por uma personalidade outrora esquecida.

Com uma estrutura narrativa onde entrega ao leitor duas linhas temporais, nos dando a oportunidade de acompanharmos o desenvolvimentos dos personagens e suas relações, Läckberg brinca com flashbacks que instiga nossas curiosidades acerca da protagonista. Quem de fato é essa mulher? O que o passado dela esconde ao ponto dela querer esquecer quem foi? Com um início interessante, “A Gaiola de Ouro” se perde no meio do caminho, não conseguindo sustentar seus próprios mistérios; tendo um desenvolvimento que desmorona ao longo da leitura. Com temas mal inseridos, trabalhados com negligencia e com questionamentos e posicionamentos sobre feminismo os quais não concordo, o novo lançamento da editora Arqueiro acaba se tornando apenas mais um thriller no meio de tantos outros.

As primeiras 160 páginas são lentas, as vezes cansativas, onde a impressão que dá é que o livro não chegará a lugar nenhum. Apesar disso, a escrita da autora é boa. Nos prende no meio do cansaço e se desenvolve de forma instigante. As personalidades e psicológicos dos personagens são bem construídos, mas se chocam com comportamentos esquisitos e acontecimentos inverossímeis. Adoro o tema vingança e esse foi o principal aspecto que me fez ler a obra de Camilla Läckberg na velocidade da luz. Gostei e torci pela protagonista e acredito que muitas mulheres irão gostar de acompanhar a queda de um homem arrogante e machista, o famoso macho escroto. Mas situações fáceis demais, crimes perfeitos, situações mal explicadas e distorções de pensamentos feministas, transformaram ao meu ver “A Gaiola de Ouro” em um thriller repleto de buracos que me incomodou e me fez terminar a leitura muito decepcionado. Pra quem gosta de thrillers, eu indico.Mas indico já avisando para você ir com calma e sem expectativas. O thriller de Camilla Läckberg é só mais um livro, de leitura fácil, rápida, problemática e bastante esquecível.

 

 

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