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*******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: Jean-Claude Grumberg

Editora: Todavia / Gênero: Fábula – Conto / Idioma: Português / 70 páginas

Iniciar a leitura de “A Mercadoria  Mais Preciosa”, a “fábula” de Jean-Claude Grumberg foi uma das escolhas mais assertivas que fiz como leitor. Com muita sensibilidade, o autor tece uma narrativa comovente que nos envolve e nos emociona de forma direta e desde o início da leitura. Sua escrita fácil e seu desenvolvimento rápido nos puxa para a narrativa e nos imerge em uma trama repleta de reflexões necessárias que agregam muito, e que fazem a emoção da história transbordar das páginas nos deixando presos à leitura.

Situado no período da Segunda Guerra Mundial e tendo como um de seus principais temas o holocausto, o conto do autor francês é recheado de críticas ao sistema pré-julgatório da época, sem pesar a mão e sem perder a ternura e leveza da escrita. Com bons personagens e uma linguagem fácil de ser digerida, Grumberg nos entrega uma história de superação, fé, amor ao próximo, preconceito e perdão. Diante de tantas atrocidades é possível o amor vencer? Uma questão cuja resposta é bem desenvolvida pelo autor apesar das singelas 70 páginas.

“Em cada estação onde o trem parava, livravam-se dos mortos, e o trem tornava a partir com os sobreviventes. Às vezes partia no outro sentido, andava na direção contrária. O trem não ia para lugar nenhum, o único objetivo da viagem era este: jogar na plataforma, em cada estação…”

Com maestria, o premiado escritor francês conquista pela simplicidade e pela capacidade de retratar de forma simples um doloroso período histórico. De uma edição primorosa à uma história comovente, a fábula de Jean-Claude Grumberg é o tipo de leitura que acalenta, que revolta, que emociona e que nos deixa pensativos. Trata-se de uma mensagem profunda que deve ser lida e digerida de forma a nos marcar em todos os cernes de nosso ser.

Se me perguntassem sobre como exatamente eu resumiria o conto aqui resenhado, eu afirmaria sem medo de errar que trata-se do amor. Pois como diz o próprio autor da obra…“O amor, o amor oferecido às crianças, às suas como às dos outros. O amor que faz com que, apesar de tudo o que existe, e de tudo o que não existe, o amor que faz com que a vida continue.”

 

 

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