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O thriller psicológico produzido pela Amazon Prime ganhou os holofótes atualmente por surpreender o público com um elenco adolescente envolvido em uma trama complexa e um roteiro bem desenvolvido.


Produtores Executivos: Jessica Biel e Michelle Purple

Criador: Bert V. Royal

Elenco: Chiara Aurelia, Olivia Holt, Michael Landes, Froy Gutierrez, Harley Quinn Smith, Allius Barnes, Blake Lee,Brooklyn Sudano e Sarah Drew 

Ano: 2021

País: EUA

Duração: 1 temporada | 60 min Episódios 

Gênero: Thriller psicológico, drama, suspense

Onde assistir: Amazon Prime Video

 

Criada pelo criador e roteirista Bert V. Royal e com produção impecável de Jessica Biel e Michelle Purple, a série Cruel Summer surpreendeu com uma boa estrutura e abordagem consciente e não romantizada sobre assuntos delicados mas necessários a serem discutidos, sendo o principal deles o grooming – termo inglês usado para se referir a pessoas adultas que se aproximam de menores de idade, criando uma conexão emocional para seduzir e manipular, com intenção de se relacionar sexualmente.

A série tece uma narrativa misteriosa e dramática, entre duas garotas e o efeito domino dos acontecimentos a sua volta.

A BUSCA POR JUSTIÇA E VERDADE, MAS PARA QUEM ?

No anos 90, duas jovens garotas vivem suas vidas normalmente, com questionamentos, inseguranças, hormônios a flor da pele e a transição da adolescencia para uma vida adulta. Jeanette (Chiara Aurelia) é uma nerd, tímida, família simpática e afetiva, não muito popular mas com bons amigos. Do outro lado somos apresentados a Kate (Olivia Holt ) a garota popular, amável, que namora o jogador de futebol e vem de família rica.

As duas vivem vidas distintas, mas logo vemos que Jeanette sonha em ser “a garota bonita” e popular, e sempre procura uma forma de conversar com Kate e com seu namorado Jamie (Froy Gutierrez) , porém nunca assumindo isso para seus amigos mais próximos, já que Mallory sua melhor amiga não suporta o galera cool do colégio. No ano de 1993 tudo muda, quando Kate desaparece e se passam meses sem que saibam de seu paradeiro.

Depois de um tempo alguns acreditam que pelos desentendimentos recentes com a família ela tenha fugido, já que a polícia não encontra nenhuma pista. Logo Jeanette passa a ocupar o seu lugar, mudando sua aparência, alisando o cabelo, mudando suas roupas, namorando o ex namorade de Kate e a convivendo com seu circulo de amigas, se tornando cada vez mais distante de seus melhores amigos Vince (Allius Barnes) e Mallory (Harley Quinn Smith).

Após meses desaparecida Kate reaparece, pegando a todos de supresa, pois diferente de sua família que estava extremamente procupada, seus amigos, ex namorado e outras pessoas menos próximas, acreditavam que ela poderia ter fugido ou ido embora. Ao retornar, ela se depara com Jeanette vivendo sua vida e acusa a garota de saber sobre seu paradeiro e não ter contado a ninguém e ambas entram em um briga na justiça para provar quem está falando a verdade. A partir daí acompanhamos a vida das duas personagens desmoronarem e passar por períodos muito tristes, confusos e traumáticos.

DUALIDADE E COMPLEXIDADE

A série tem uma característica de nos fazer duvidar dos personagens constantemente, quase todos eles se apresentam bons e ruins ao mesmo tempo. O que quebra totalmente o paradigma e esteriótipo de vilões e mocinhos, deixando em aberto questionamentos de que existem atitudes que são desaprovadas mas que não condena o personagem inteiramente, pois ele também tem toda sua trajetória emocional e se mostra um bom ser humano em muitos momentos.

Os personagens também apresentam muitas camadas, entre decisões, questinamentos, emoções, lutas pessoais, mudanças, erros, acertos e tentativas. Nenhum personagem fica de fato superficial dentro do roteiro, enriquecendo a série e valorizando o elenco bem escalado para tal.

Chiara Aurelia (Jeanette) choca com a atuação, brilhando no papel de uma das protagonistas e que mais do que qualquer pessoa em Cruel Summer tem seu caráter questionado, tanto dentro da série, quanto por nós espectadores do outro lado da tela, que torcemos pela personagem mas duvidando ao mesmo tempo de suas atitudes. O mesmo vale para Olivia Holt (Kate) que fica com a responsabilidade de abordar um assunto delicado, despertar em nós e empatia, dúvida e até culpa por duvidar da vítima por sequer um segundo, mesmo que seja propositalmente intencional da cena.

Ainda assim, existem personagens que são exceção, como  Vince Fuller, interpretado por Allius Barnes, que protagoniza um casal homoafetivo com Ben (Nathaniel Ashton) e ajuda sua ex melhor amiga sempre que pode para tentar se reaproximar. É o personagem mais transparente e verdadeiro dentro da trama, que não trás qualquer dúvida sobre quem ele é de fato. Acompanhamos também o romance deles que flui de forma muito natural, mesmo que as escondidas por se tretar do Texas nos anos 90, mas que não se limita a apenas a essa narritiva.

CONSIDERAÇÕES

Em síntese, Cruel Summer utiliza dos mesmos artifícios que abservamos em Garota Exemplar, toda essa dualidade e insegurança sobre a verdade e caráter do personagem que nos assombra até os últimos minutos distorcendo o que é real de fato, ou está sendo visto através da perspectiva de alguém. Pondo a prova o tempo todo o que tinhamos como convicto que sabíamos.

A trama se passa em 1993,1994 e 1995. Sendo 1993 com mais cores leves e tons pastéis, que remete a inocência, tranquilidade e felicidade da época, mas que logo fica mais intenso e vibrante em 1994 após o sumiço de Kate e mudança repentina de Jeanette. Por fim o visual se torna acinzentado e escuro no verão de 1995 quando os personagens passam por momentos sombrios e tem a inocência da pré adolescência corrompida.

Jogada visual essa que funciona maravilhosamente bem para projetar os sentimentos e emoções dos períodos, e que juntamente com a trilha sonora que nos entrega músicas como Zombie de The Cranberries, que tocava nas rádios nos anos 90, montam o cenário perfeito para a ambientação da década. Bem como o figurino das camisetas xadrez, lápis na linha d’água dos olhos, muito jeans e acessórios !

A produção impressiona por não ficar no superficial dos assuntos que decide abordar, algo que vemos pouco em filmes e séries com protagonismo adolescente. Cruel Summer não economiza nos plots e nem em qualidade de roteiro e produção, trazendo em seu contexto representatividade, discussões e questionamentos.

 

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