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*******************************NÃO contém spoiler*******************************

CONFIRA A RESENHA DA TRILOGIA GRISHA CLICANDO AQUI

Editora: Gutenberg

Autora: Leigh Bardugo – Tradutor: Eric Novello

Six of Crows: 376 páginas – Crooked Kingdom: 448 páginas

Talvez você faça parte do grupo de leitores que tenha se decepcionado com a trilogia Grisha e por este motivo tenha decidido riscar Leigh Bardugo de sua lista de autoras a continuarem sendo lidas. Uma decisão bastante equivocada  – devo dizer – caso a tenha tomado no momento em que se deparou com aquele que a maioria considerou um desfecho indigno; como se tivesse nadado , nadado, para no final das contas morrer na praia. Mas eis que devo te dizer sem medo algum de estar errado, que a duologia Ketterdam prova o quanto abandonarmos uma autora por um equívoco cometido em obras predecessoras pode ser um erro absurdo por parte de nós leitores.

Após sofrer críticas pesadas por não ter suprido as expectativas de seu público alvo por conta do controvésio desenvolvimento e desfecho de sua trilogia anterior, Leigh Bardugo se provou com Six of Crows e posteriormente com Crooked Kingdom, como uma autora capaz de dar a volta por cima de forma magistral. Com uma escrita mais madura e com um desenvolvimento mais sólido, a autora (re)aproveita os elementos de seu universo Grisha para desenvolver uma trama mais adulta, complexa e muito mais densa, exigindo com isso, muito mais de seus leitores.

A trama focada em um grupo de criminosos com dons distintos entre si que se unem na missão de libertar um desconhecido da prisão mais segura e perigosa do reino, flui de forma dinâmica, com descrições minuciosas e com um desenvolvimento primoroso de personagens. Tudo é descrito de maneira capaz de nos fazer sentir os cheiros mencionados, as testuras dos objetos tocados e a tensão dos momentos de ação como se fossêmos um dos membros da equipe.

A narrativa dividida entre diversos pontos de vista é mais um dos acertos de Bardugo. Tal estrutura a permiti  trabalhar com profundidade cada um dos personagens, solicidificando as relações entre eles, saindo do comodismo (presente na trilogia) e indo muito além das superfícies de suas personalidades e psicológicos. Six of Crows é um romance audacioso, que mostra a evolução inabalável da autora supracitada; fazendo com que tal fantasia pareça ter sido escrita por outra pessoa. Evitarei falar muito da continuação e conclusão denominada Crooked Kingdom, na intenção de evitar os temidos spoilers. Mas posso ao menos afirmar que é tão boa quanto, mantendo e as vezes até elevando a qualidade da trama.

Considerada uma continuação indireta da “polêmica” trilogia, a duologia Ketterdam desperta receio, curiosidade e a inevitável indagação: Posso lê-la sem ter lido as narrativas anteriores? E a resposta é um sonoro sim. A estória possui elementos que a possibilitam caminhar e se sustentar por conta própria sem que haja a obrigatoriedade de que os romances iniciados por Sombras e Ossos sejam lidos antes. Contudo, que fique o aviso que com esta decisão você perderá as referências, citações, se deparará com spoilers e não sentirá impacto algum com a reintrodução de personagens amados dos leitores desse universo. O que pra mim costuma ser essencial para que eu tenha uma experiência de leitura completa com estórias que compartilham um mesmo universo. Mas tudo vai do leitor que você é, e o que costuma funcionar melhor com você nesse quesito.

Six of Crows e Crooked Kingdom são excelentes em um nível que a princípio desacreditei, mas que foram gratas surpresas, me deixando impressionado com o talento e evolução de alguém tida até então como uma escritora mediana por parte da maioria das pessoas que a haviam lido. Não faço parte dos que detestaram ou se decepcionaram com a trilogia mencionada um trilhão de vezes na resenha que aqui apresento a vocês. Muito pelo contrário; sou um defensor da autora e de suas obras, sempre as indicando, mesmo que também apresente vez ou outra ressalvas a respeito de tais narrativas. Bardugo é o tipo de autora que não deve ser riscada de lista alguma, sendo alguém que aprendeu com os erros e que escreveu duas das que hoje configuram em minha lista de fantasias favoritas da vida. Uma autora que outrora foi fortemente criticada e que agora é por muitos aplaudida. Se ainda tem dúvida se vale ou não a pena ler a duologia Ketterdam, apenas reflita e se permita desfrutar deste universo magnífico, que assim como fez comigo, tenho certeza que também irá de forma irreversível te conquistar.

Confira abaixo o trailer da adaptação de Sombra e Ossos que estreia dia 23 de abril na Netflix:

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