Mundo das Resenhas
Em Águas Sombrias: Não indico! Em Águas Sombrias: Não indico!
******************************NÃO contém spoiler****************************** Sinopse: Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu... Em Águas Sombrias: Não indico!

******************************NÃO contém spoiler******************************

Sinopse:

Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu apelo por ajuda. Agora Nel está morta. Dizem que ela se suicidou. E Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre para cuidar da filha adolescente que a irmã deixou para trás.
Mas Jules está com medo. Com um medo visceral. De seu passado há muito enterrado, da velha Casa do Moinho, de saber que Nel jamais teria se jogado para a morte. E, acima de tudo, ela está com medo do rio, e do trecho que todos chamam de Poço dos Afogamentos…
Com a mesma escrita frenética e a mesma noção precisa dos instintos humanos que cativaram milhões de leitores ao redor do mundo em seu explosivo livro de estreia, A garota no trem, Paula Hawkins nos presenteia com uma leitura vigorosa e que supera quaisquer expectativas, partindo das histórias que contamos sobre nosso passado e do poder que elas têm de destruir a vida que levamos no presente.

Devo admitir que ler este livro foi um processo torturante que me gerou uma dor de cabeça gigantesca e me deixou bastante irritado. Paula Hawkins foi muito infeliz em escrever esta história. A autora mistura atividades paranormais, história policial e muitos conflitos familiares e paralelos. “Em Águas Sombrias” a autora decide narrar o livro através da perspectiva de 10 personagens. São eles: A Jules (irmã da mulher que é encontrada morta no poço no começo do livro), o Sean (o detetive-inspetor), a Erin (a detetive-sargento), a Lena (a filha da mulher encontrada no poço), o Patrick (pai do detetive-inspetor), a Nickie (uma médium que se comunica com as mulheres que já morreram no bendito poço), a Louise (mãe de Katie, jovem que supostamente se matou no mesmo poço meses antes do início do livro), o Josh (irmãozinho de Katie que tem entre 6 e 7 anos), a Helen (esposa do detetive-inspetor) e o Mark (professor da escola da cidade).

Importante frisar que o suspense construído pela autora é péssimo e toda a investigação é fraquíssima e consequentemente pouco envolvente. O foco do livro é a relação entre os personagens que se odeiam e passam o livro inteiro acusando um ao outro não só sobre coisas relacionadas aos crimes. Mas principalmente sobre coisas que aconteceram anos atrás. Os personagens guardam mágoas um dos outros, e toda vez que surge uma oportunidade ficam jogando indiretas ou se ofendendo a todo momento. Aliás, sobre as agressões do livro, as personagens femininas são constantemente tratadas por termos mais que ofensivos. Inclusive a detetive-sargento; que não toma nenhuma atitude referente a isso. Existem cenas de agressões físicas também.

O livro gira em torno de diálogos e situações que não chegam à lugar nenhum. Você lê diálogos que se repetem o tempo inteiro, onde os personagens falam, falam e não falam nada. Os detetives surgem do nada para questionarem os outros personagens e tudo que eles conseguem por pura incompetência é receber respostas que não são respostas, além de serem ofendidos.

E pra quê tantos pontos de vista? Qual a necessidade desta escolha infeliz? Pra quê colocar a perspectiva de um garotinho de 6/7 anos de idade que não acrescenta em nada e presta apenas para fazer uma revelação que poderia ter sido feito de maneira bem mais interessante por outro personagem? Pra quê colocar uma médium no livro que presta apenas para ficar aparecendo do nada, além de ser tratada como louca pelos demais? Esta personagem faz revelações insignificantes, que são descobertas por outros personagens sem a sua ajuda. Ou seja, esta personagem, assim como a parte sobrenatural do livro são descartáveis. Personagens como a Louise, o Mark e a Helen não precisavam de capítulos narrados por eles, e estão ali apenas para encherem o saco e para a autora ter a oportunidade de abordar temas os quais eu já estou cansado de encontrar em outros livros.

Os motivos que a autora escolheu para justificar o porquê dos personagens ficarem escondendo o que sabem, é ridículo e bem juvenil. As revelações são patéticas e anti-climáticas. E os suspenses (como os personagens ficarem cochichando dizendo que os detetives não podem descobrir que estão mentindo), não possuem peso narrativo e algumas destas situações são esquecidas pela autora que os coloca na história apenas como uma tentativa mais do que falha de aguçar a curiosidade do leitor.

Paula Hawkins apresenta através da personagem Jules, uma visão bem negativa e real sobre sua irmã (que nem lembro mais o nome) que é encontrada morta. Esta personagem na juventude era uma escrota, que praticava bullying com a própria irmã. Depois Hawkins tenta humanizar esta personagem detestável. Qual o motivo desta humanização? Fazer com que eu sinta pena desta imbecil e lamente o fato dela ter morrido? Me poupe!!

A referida escritora arrasta a história o máximo que ela pode. A narrativa é repetitiva, cansativa e irritante. Pra quem leu este lixo e gostou, que bom pra você! Eu bem que queria ter gostado, mas o meu nível de exigência é bem grande e este livro passou longe de me proporcionar uma boa leitura.

Não posso esquecer de dizer o seguinte: Terminei de ler este livro e não consegui me decidir quem é mais inteligente, uma porta ou os detetives criados por Hawkins.

E você vai ler, ler e ler e só vai descobrir o que de fato aconteceu com a desprezível da irmã da Jules, no último parágrafo. Boa sorte pra quem for ler este livro!

“PONTOS POSITIVOS”:

É inegável que Paula Hawkins melhorou bastante sua escrita. Fica evidente que ela está mais madura, e diferente de “A Garota no Trem”, não senti nenhuma superficialidade em sua narrativa. Os personagens são bem construídos (mas mal utilizados e inseridos) e o aspecto psicológico dos mesmos são bem interessantes. Os diálogos são bem escritos; só falta a autora aprender a não ficar se repetindo, apresentando conversas que mais parecem a cópia uma da outra. O final é bacana e eu não consegui adivinhar a grande revelação. Pena que eu já estava tão de saco cheio do livro que não aproveitei tal desfecho. Apenas dei graças a Deus do livro ter terminado.

Ler este livro serviu pelo menos para eu me decidir de vez que não quero e não vou ler mais nada desta autora (apesar de ter achado “A Garota no Trem” um livro regular/bom). Ela entra na minha lista de autores que passo longe. Talvez eu mude de ideia? talvez. Mas por enquanto não tenho mais interesse na Paula Hawkins. Este livro me traumatizou!

[stellar]
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Fernando Lafaiete

O que vocês devem saber sobre mim? Me Chamo Fernando Henrique Lafaiete, mas vocês podem me chamar de China. Apelido este, dado pelos meus melhores amigos. Sou viciado em leitura, sou poliglota, auditor de hotel, professor de inglês, fã de fantasia, fã de livros policiais, fã de YA, fã terror e fã de clássicos. Luto ao máximo contra o preconceito literário que alimenta a conduta dos pseudo-intelectuais e sou fã de animes e qualquer coisa que envolva super-heróis. Amo escrever todo tipo de texto, em especial resenhas. Espero que minhas opiniões sejam de alguma valia para todos que tiverem acesso as mesmas. Sou sempre sincero e me comprometo a dividir minhas opiniões da maneira mais verdadeira possível. Agradeço o convite para fazer parte do grupo de resenhistas do site e que minha presença aqui seja duradoura.

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