
(HQ) A Saga da Fênix Negra

******************************NÃO contém spoiler******************************
Autor: Chris Caremont / Ilustradores: Dave Cockrum e John Byrne / Colorista: Bob Sharen / Editor: Roger Stern
Editora Panini / 284 páginas
“Eu sou o fogo! A Vida encarnada! Agora e sempre… Eu sou a Fênix!”
A Saga da Fênix Negra é certamente uma das melhores e mais importantes histórias envolvendo os X-men. Escrita entre 1976 e 1980 por Chris Claremont com arte de Dave Cockrum e John Byrne, a famosa saga narra o surgimento e o drama de uma das personagens mais poderosas da Marvel e dos quadrinhos em geral, a entidade cósmica denominada Fênix Negra. Após uma missão espacial, a mutante nível ômega Jean Grey acaba entrando em contato com uma explosão solar que desperta seu poder oculto supremo, de limites inimagináveis. Tal força é tida como capaz de destruir planetas e conter forças cósmicas com facilidade. Ela é detentora da vida e da morte e é tida como a faísca que originou o universo. Logo após esta importante e quase suicida missão, a telepata Grey retorna a terra com o codinome Fênix Negra, assumindo a posição de uma mutante no nível de uma deusa. Ao mesmo tempo que precisa lidar com seus novos poderes, passa a ser perseguida juntamente com seus companheiros por um grupo poderoso intitulado Clube do Inferno, assim como passa a ser alvo de um poderoso e importante povo intergaláctico que deseja exterminar a força que a possui, considerada uma ameaça para todo o universo.
A HQ mistura passado e presente onde vamos acompanhando a evolução de tal poder, ao mesmo tempo que vamos acompanhando as mudanças psicológicas da personagem central. Com um ritmo frenético, a trama vai mudando de cenários (terráqueos e espaciais), mostrando conflitos, lutas, diálogos desesperadores e inserção constante de novos personagens, tudo com um dinamismo brilhante. A relação de Jean Grey com Ciclope é bem explorada e a luta pela sobrevivência dos personagens é bem desenvolvida. Tanto vilões quanto mocinhos são bem inseridos, e a protagonista se consagra em poucas páginas como uma personagem poderosa ao extremo, não deixando dúvidas ao leitor do porquê de ser considerada uma das mais poderosas e ameaçadoras vilãs do universo Marvel, sendo muitas vezes mais temida do que outro grande vilão, como o Galactus, o devorador de mundos, como citado na própria HQ que narra sua saga e que é aqui resenhada.
Temos um protagonismo feminino forte não somente por parte da protagonista que dá nome a obra como por parte de tantas outras personagens que vão surgindo e mostrando suas importâncias para toda a narrativa. A escrita de Claremont não se torna em nenhum momento cansativa, e apesar de em alguns momentos apresentar diálogos deveras bregas, não se torna piegas ao ponto de se tornar boba. A trama é cativante e entendemos com tranquilidade as razões de tal saga ser aclamada e atemporal. Fênix Negra foi ao longo dos anos uma entidade tão poderosa que poucos personagens são e foram capazes de bater de frente com ela, sendo a Feiticeira Escarlate uma delas, no icônico arco Dinastia M. Tal releitura (a terceira) me foi agradável e me fez lembrar as razões de eu amar Jean Grey, tanto em sua forma mutante básica quanto em sua forma suprema de Fênix Negra. Tal saga é indicada para todos que apreciam uma boa história; com drama, romance e batalhas épicas. Agora resta rezarmos para um dia termos nas telas do cinema uma adaptação que consiga captar toda a epicidade criada e imortalizada por Chris Claremont.