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*******************************NÃO contém spoiler*******************************

Em 1999 estreava Matrix, o primeiro filme de uma das trilogias de maior sucesso do cinema, e que daria início a uma trilogia que revolucionaria a ficcção-científica e seus respectivos efeitos especiais. Vinte anos depois, Lana Wachowski, umas das criadoras de tão fabulosa e inovadora história, nos entrega o quarto filme, que deixou todos curiosos e ansiosos acerca de que caminho o longa tomaria. Depois de tantas divulgações e de já o termos em mãos, a pergunta que alguns ainda fazem é: Matrix Ressurections honra o legado dos filmes anteriores?

Com um enredo complexo, esclarecedor e que por vezes subverte os conceitos pré-estabelecidos nos filmes anteriores, a mais nova jornada cibernética de Wachowski nos diverte, nos imerge com facilidade e entrega momentos épicos e memoráveis que ajudam a consolidar ainda mais Matrix como sendo um marco da cultura pop (se é que isso ainda se faz necessário quando se trata do referido filme).

Com questionamentos instrospectivos, com cenas de ação espetaculares e com bons diálogos, Matrix Ressurections se estabelece em poucos minutos como uma boa continuação, sendo uma narrativa sólida e consistente nas discussões que se propõe a nos entregar. Tecendo uma trama que se apega nos alicerces da nostalgia, o enredo do referido filme navega em questões atuais e políticas, em sua maioria bastante pertinentes.

Com novos e antigos personagens, tudo vai fazendo sentido, onde ideias vão imergindo em uma avalanche de referências e cenas de ação, que encantam e sustentam o script sem fazer grandes esforços. Keanu Reeves e Carrie-A Moss ressurgem e trazem de volta a vida os icônicos protagonistas Neo e Trinity, com vitalidade e segurança como se os anos não tivessem passado. A direção segura de Lana Wachowski é transmitida com clareza em cada cena e movimento de câmera, como se a existência de tal continuação já estivesse planejada antes mesmo que tal ideia fosse de fato discutida.

Todavia, os 3 atos do filme apresentam em momentos pontuais cenas por vezes anticlimáticas, óbvias demais, além de alguns momentos criativos que talvez não precisassem existir. O terceiro ato apesar de trazer uma carga emocional aguardada, não inova e entrega um desfecho que ao meu ver fica em sua zona de conforto e pode vir a decepcionar os fervorosos fãs. Algumas cenas e diálogos também soam em alguns momentos como recortes do que já conhecemos e podem parecer como apenas uma reciclagem morna e aquém do esperado.

Em suma, Matrix Ressurections não inova, não revoluciona e sim, entrega mais do mesmo. Contudo, importante frisar que temos uma boa obra, que apesar de não ir além e de não se tornar mais uma vez um marco revolucionário no cinema, cumpre com esmero e ressurge como um bom filme de ação. Sendo a pura nostalgia, Matrix Ressurections pode derrapar em certos pontos do script, mas honra sim o legado dos filmes anteriores.

 

 

 

 

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