*******************************NÃO contém spoiler*****************************
É INTEIRAMENTE POSSÍVEL QUE POR DETRÁS DA PERCEPÇÃO DOS NOSSOS SENTIDOS SE ESCONDAM NOVOS MUNDOS; DOS QUAIS ESTAMOS TOTALMENTE INCONSECIENTES. O NOVO MUNDO.
Bastante aclamado e famoso entre os apaixonados por vídeo games, Monster Hunter, a famosa série de jogos da Capcom – cuja estreia ocorreu no Playstation 2 – aborda um mundo surreal habitado por diversas criaturas que precisam ser caçadas em prol de nossa sobrevivência. Com uma jogabilidade bastante ampla, o jogo tramita entre a aventura, o suspense e ação de forma dinâmica e imersiva, onde nos vemos em cenários esplêndidos matando sem piedade monstros um atrás do outro. Algo que me remeteu bastante a Dino Crisis, um dos poucos jogos que costumava jogar quando mais jovem. Seja pelo sucesso obtido ao longo dos anos ou por puro azar da franquia, Monster Hunter foi a escolhida da vez por Paul W. S. Anderson para se tornar a nova aposta do diretor para as telonas. O que definitivamente não foi uma boa ideia.
Seguindo os passos de Resident Evil, temos novamente Mila Jovovich no papel principal (esposa do diretor), interpretanto mais uma vez uma personagem inexistente nos jogos. Dessa vez Jovovich é Artemis, capitã de uma equipe de pesquisa e resgate que por engano acaba sendo transportada para um novo mundo. Um lugar árido e perigoso, onde se tornam a caça de perigosas e imensas criaturas. Tendo que sobreviver e lutando para retornar ao seu mundo de origem, a personagem principal terá que se aliar a um estranho nesse mundo que a deseja morta.
Primeiro de tudo, preciso ressaltar que tenho uma certa implicância com Paul W. S. Anderson pelas diversas deturpações causadas em Resident Evil. Apesar de curtir e aproveitar diversos aspectos da franquia, a classifico como sendo uma péssima adaptação que seu pudesse, desveria. Seguindo este raciocínio, decidi conferir Monster Hunter sem absolutamente nenhuma expectativa; apenas com a esperança de aproveitar um pouco mais o desenvolvimento como um todo, principalmente por conhecer muito pouco sobre os jogos, os quais nunca joguei. Mais eis minha surpresa ao me deparar com algo que conseguiu com esmero superar qualquer desgraça atribuída aos filmes dos zumbis.
Paul W. S. Anderson apresenta uma trama rasa, com uma protagonista sem graça que interage de forma vergonhosa com o antagonista, protagonizando cenas de ação que deixam muito a desejar. Em diversos momentos o CGI se ressalta negativamente e exerce a função contrária, me desconectando do que deveria ser os grandes momentos da história. Seguindo os passos de Caverna do Dragão – o clássico desenho da extinta TV Globinho – acompanhamos a protagonista em busca do caminho de volta em uma jornada cansativa e sem grandes momentos que poderiam tornar esta nova adaptação em algo no mínimo divertido. A trilha sonora também em nada colabora, se tornando repetitiva e muitas vezes deslocada.
Para não dizer que o filme é de todo ruim, o mesmo possui duas boas sequencias de ação. De resto, pode ser considerado tudo descartável. As interações entre os dois principais personagens beiram mais a um filme de comédia do que a um filme de ação. São cenas e mais cenas que se repetem, com momentos engraçadinhos que destoam da atmosfera da narrativa, que poderia ser melhor explorada e trabalhada pelo diretor. Algumas caracterizações são horríveis, beirando a cosplayers de iniciantes; complementando os diálogos que parecem ter sido escritos para algum trabalho do ensino escolar básico de qualquer escola pública do Brasil. Tudo realmente péssimo.
Uma direção perdida, com um desenvolvimento que é pura desorientação (recheada de cenas sem nexo) e personagens que correm, atiram, fazem piadas, são jogados pra lá e pra cá e só (a profundidade passou longe). Eu realmente em diversos momentos me perguntei: O que está acontecendo aqui? Tendo em mente a filmografia de Anderson, não esperava uma obra de arte; mas também não esperava esse desastre. Monster Hunter é uma tortura. Uma pena; já que se trata de mais uma franquia em que Paul W. S. Anderson irá ao longo dos anos destruir nos cinemas. Poucas coisas se salvam nesse desastre, cujo filme é de monstros, mas que como dito por muitos (e eu concordo) sofre a escassez dos mesmos. O que seria cômico se não fosse trágico. Já dizia o Chaves; era melhor ter visto o filme do Pelé.
O QUE SE SALVA?
1 – Dois planos sequencias de ação
2 – Tony Jaa como o antonigonista Hunter. Apesar da interação pastelona com Jovovich, Jaa se esforça e entrega um personagem carismático. O que no meio de tanta coisa ruim é um baita ponto positivo.
3 – A fotografia. Não é excepcional, mas é algo que se destaca.
CURIOSIDADE:
Monster Hunter World Iceborne, o último jogo lançado da franquia teve de forma oficial a personagem de Milla Jovovich em missões especiais disponível de forma limitada.
[…] Trovão só não consegue ser pior que Monster Hunter (Confira a crítica AQUI). Pois por pior e mais ruim que seja, ainda consegue ter um roteiro que apresenta uma narrativa que […]