Mundo das Resenhas
O INFERNO DE GABRIEL – SYLVAIN REYNARD O INFERNO DE GABRIEL – SYLVAIN REYNARD
O enigmático e sedutor professor Gabriel Emerson é um reputado especialista na obra de Dante. Mas à noite dedica-se a uma vida de prazer... O INFERNO DE GABRIEL – SYLVAIN REYNARD

O enigmático e sedutor professor Gabriel Emerson é um reputado especialista na obra de Dante. Mas à noite dedica-se a uma vida de prazer sem limites, não hesitando em usar a sua beleza de cortar a respiração para manipular as mulheres a satisfazerem cada capricho seu. Talvez por isso se sinta torturado pelo passado e consumido pela crença de que está para lá de qualquer salvação.

Quando a jovem Julia Mitchell se inscreve como sua aluna de pós-graduação, Gabriel não consegue ficar indiferente. Ela é linda, deliciosamente inocente, um diamante em bruto para ele polir. Sempre que Julia se apercebe do olhar de predador dele, espera sentir receio, mas o que verdadeiramente sente é uma estranha luxúria que a assusta.

Desejando desesperadamente possuí-la, Gabriel põe em perigo não só a sua carreira, como ameaça desenterrar segredos de um passado que preferia manter oculto. Uma história inebriante sobre amor proibido, luxúria e redenção, O Inferno de Gabriel retrata a jornada de um homem que procura escapar do seu próprio inferno pessoal enquanto tenta conquistar o impossível: perdão e amor.

Primeiro livro da trilogia “O Inferno de Gabriel”.

De início somos apresentados aos personagens principais, o primeiro, Gabriel Emerson, é um sujeito arrogante, enigmático e frio, professor de mestrado da Universidade de Toronto e especialista em Dante Aligieri. Além de ser um “pé no saco”, Gabriel é um homem solitário e viciado em prazeres carnais, mas sem nenhum interesse no amor.

Do outro lado está Julia Mitchell, uma aluna doce, tímida e muito inteligente. A jovem passou por uma infância difícil, por um relacionamento abusivo e, ainda para completar o ciclo de decepções, não conseguiu a bolsa para a Universidade de Harvard, sua primeira opção.

Esses dois personagens, com nada em comum além de um passado triste e sombrio, acabam se encontrando, mas Gabriel, com toda sua arrogância e preconceito, trata Júlia como uma fracassada, implica com ela e, devido a um mal-entendido, cogita suspender suas aulas, pois é o único professor que orienta trabalhos acadêmicos sobre Dante.

“– Vejo que você veio para cá com uma bolsa para estudar Dante. Neste momento, sou o único professor que orienta trabalhos nessa área. Já que isto aqui não vai funcionar – disse ele, gesticulando entre os dois –, você vai ter que mudar o tema da sua dissertação e encontrar outro orientador. Também pode pedir transferência para outro departamento, ou, melhor ainda, para outra universidade. Informarei minha decisão ao diretor do programa. E ela já está valendo a partir deste momento. Agora, se me dá licença”.

Arrasada e sem espaço para se defender, Julia saí da Universidade humilhada, vagando pela avenida com a mochila que foi chamada de farrapo, sem um casaco para se proteger do frio e ainda sem guarda-chuva.

Por uma ironia do destino, Gabriel errou o caminho para casa e se deparou com a jovem caminhando sozinha na chuva, com raiva, mas ainda assim solicito, ele lhe oferece uma carona e, quando descobre onde ela mora e em que condições, percebe que tem agido feito um “idiota” e decide cuidar dela.

“O professor a encarou por alguns instantes, então finalmente conseguiu vê-la. Enquanto fitava a expressão torturada que estragava seus belos traços, aos poucos começou a perceber que ele, o professor Gabriel O. Emerson, era um canalha egocêntrico. Ele a havia humilhado por ser pobre. Mas isso não era vergonha alguma. Ele mesmo tinha sido pobre, muito pobre. Ela era uma estudante inteligente e atraente. Não tinha do que se envergonhar. Ela não tinha para onde ir e tentara tornar sua casa confortável. Mas ele tinha ido até ali e dissera que o lugar não servia nem para um cachorro. Havia feito com que ela se sentisse imprestável e burra, quando não era nem uma coisa nem outra”.

Além de acompanharmos a relação dos personagens se tornar mais sólida, mergulhamos no mundo criado por Dante (A Divina Comédia), com páginas e mais páginas sobre a obra do poeta italiano e capítulos recheados de conhecimento histórico.

É interessante observar como o professor se vê como Dante que teve que passar pelo inferno, depois pelo purgatório, até enfim chegar ao céu e encontrar sua amada Beatriz. Julia, por sua vez, deseja ser amada e venerada como Beatriz era.

“Mas Julia não queria trepar como um animal; ela queria ser amada. Renunciaria ao sexo para sempre se isso lhe garantisse o tipo de amor que inspirava a poesia e os mitos. Esse era o tipo de afeto que ela desejava desesperadamente, mas que no fundo não acreditava merecer. Queria ser a musa de alguém – ser venerada e adorada, de corpo e alma. Queria ser a Beatriz de um belo e nobre Dante e viver com ele no Paraíso para sempre. Desejava ter uma vida que rivalizaria em beleza com as ilustrações de Botticelli”.

Por mais que seja um livro com conteúdo adulto, com muitas cenas de sexo detalhadas, o foco não é esse, está mais relacionado em redenção, construção do amor, aceitação e desejo.

É também muito interessante, para nós leitores, acompanharmos as aulas do professor Emerson – que são ricas em explicações, os debates literários dos personagens e todo o enredo que envolve as poesias de Dante.

Após lerem o livro, deixem a opinião nos comentários. 😊

 

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Sthephanie Figueiredo

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