INSCREVA-SE NO NOSSO CANAL DO YOUTUBE, RESENHAS DE LIVROS, FILMES, SÉRIES E ANÁLISES

anuncie aqui

******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: William Golding

Editora: Nova Fronteira / Gênero: Distopia / Idioma: Português / 258 páginas

O que faz um clássico um clássico? Sua escrita, sua visão de futuro, suas críticas e suas reflexões imponentes e inevitáveis? O Senhor das Moscas possui tudo isso e um pouco mais. Não se deve lê-lo esperando uma trama onde o que reinará será o positivismo, a progressão humana ou uma aventura divertida sobre garotos em uma “ilha deserta”. O que você irá encontrar é claramente um estudo sobre a racionalidade humana (ou a falta da mesma) em uma narrativa angustiante sobre a regressão humana diante das interpéries e dúvidas sobre sobrevivência, violência (inerente aos seres humanos) e ditadorismo. Tudo isso em um enredo bastante simples, com uma escrita básica, impactante e muito reflexiva, onde o que predomina além de muitos outros aspectos é o debate sobre Natureza vs Razão.

Quando um grupo de garotos vítimas e sobreviventes de um acidente aérea caem em uma ilha deserta sendo os únicos a sobreviverem, resta-nos a crucial dúvida: O que acontecerá a partir deste ponto? Laureado com o prêmio Nobel de literatura em 1983, Golding se aprofunda na psique humana de seus personagens, mostrando com eficácia o quão bárbaros os seres-humanos podem vir a ser, e o quão difícil pode ser mantermos a ordem em uma sociedade amedrontada. Analisando os aspectos civilizatórios e insandecidos da obra e suas semelhanças com a realidade, nos assustamos ao percebermos nossas fragilidades diante do desconhecido, além  de nossas afobações e venerações a violência, o que remete ao nome da obra, que por sua vez trata-se de uma referência a Belzebu, a entidade que representa o mal, a carnificina e a loucura; sendo também uma alusão ao próprio Diabo.

Com alegorias políticas e sociais, o clássico pós-guerra de William Golding (lançado em 1954) acerta na mosca em nos colocar contra a parede e nos forçar a refletirmos sobre questões incomodas sobre nossa humanidade em si. Não nego que esperava muito mais da escrita e do desenvolvimento de certos pontos narrativos. Contudo, O Senhor das Moscas possui muito mais pontos positivos do que negativos; não por ser um clássico, mas por seu uma obra desconfortável, audaciosa e necessária. Em tempos tão nebulosos, refletir é o que todos nós deveriamos fazer e o que a obra em questão nos suscita. Sendo a personificação do que é ser atemporal, o romance distópico do aclamado escritor inglês, termina de forma inteligente deixando uma questão a se pensar: O que somos? Humanos ou um bando de selvagens?

Compartilhe
Share
Share
0
Adoraria ver seu comentário ♥x