********************************NÃO contém spoiler********************************
Mais um dos grandes sucessos do cinema de 2023, Oppenheimer é realmente uma obra-prima como muitos afirmam? Com três horas de duração, o mais novo filme do aclamado diretor Christopher Nolan vai além dos milhares de elogios que vem recebendo e se destaca de forma a merecer o título da melhor obra da filmografia do diretor.
Com cenas escuras, diálogos afiados, atuações magistrais, uma sonorização impecável e jogos de câmera espetaculares, Oppenheimer já poderia receber antecipadamente um Oscar antes mesmo da realização oficial do maior evento do cinema do mundo; tamanho sua grandiosidade. Há poucas coisas negativas que podem ser ditas do espetáculo que é. Sua maturidade artística eleva o nível a cada cena e os atores visivelmente confortáveis em seus respectivos papéis, navegam momento a momento, se fundindo a obra e nos levando a uma verdadeira viagem no tempo, onde ficção e realismo se misturam de maneria homogenia.
Merecidamente elogiado, Oppenheimer é realmente um filme como poucos. Não que o longa-metragem em questão se anule de exageros técnicos ou se distancie da complexidade narrativa considerada por muitos como chata. Contudo, Nolan se aprofunda em tais nuances e encontra nos exageros e técnicas repetitivas uma maneira ácida e humana de contar a controversa e polêmica história do criador da bomba atômica.
Com vieses políticos e pilares racionais e irracionais que destacam os enredamentos humanos, a obra nos excita intelectualmente e nos afunda em camadas psiquícas, cuja psique não somente assusta, como coloca em destaque o quão complexos somos. Tamanhos questionamentos colocam em cheque a moralidade de personagens e público, mas não esconde o óbvio: Humanizando ou não humanizando a obscuridade de tal ponto histórico, a bomba atômica foi e continua sendo algo ruim e para sempre uma mancha na história da humanidade.
Esteticamente e tecnicamente, Oppenheimer vai além das obviedades de Christopher Nolan e em poucos minutos de exbição já nos mostra sua magnitude e desprezo pelo básico. Seja por puro merecimento ou aclamação de público e crítica, a verdade que é referida obra já nasceu como clássica e será aplaudida por gerações e gerações, superando sem dúvidas, as interéries do tempo.