******************************NAÕ contém spoiler******************************
Autora: Susan Stokes-Chapman
Editora: Verus / Gênero: Realismo mágico & Romance histórico / 406 páginas
Londres, 1799. Um ano de incertezas, de guerras, de buscas pelo conhecimento e onde o surgimento de um antigo artefato desencadeará em uma trama obscura de ambições e de verdades não ditas. Onde Pandora, uma “garota” solitária, se verá em meio a algo inimaginável em que a colocará em face de uma estranha verdade: Conceitos fantasiosos nascem de realidades concretas. E tais realidades podem ser mais assustadoras do que imaginamos.
Tedioso, arrastado e instigante. Adjetivos não tão chamativos, porém, muito mais do que assertivos quando se trata de Pandora, o romance histórico de realismo mágico de Susan Stokes-Chapman. Portanto, se espera uma leitura rápida, com desdobramentos que aconteçam na velocidade da luz e que te façam devorar as páginas, sinto em te dizer que este livro certamente não é pra você. Não tenho a pretenção de florear os defeitos da obra, mergulhando minhas percepções em eufemismos, pra te iludir sobre a mesma. Ela é arrastada e por diversos momentos senti que as páginas viravam e a história não saía do lugar.
O que de forma alguma tranformou minha jornada literária em algo enfadonho que me fizesse sentir desagrado pela leitura ou que me fizesse enxergá-la como uma experiência ruim, muito pelo contrário. Pandora – que recicla o mito grego de mesmo nome – trata-se de uma narrativa imersiva, muito bem escrita, muito bem estrutura, com personagens tridimensionais e uma composição literária equilibrada. Não temos diálogos desconexos e situações sem sentido. A personagem principal é forte, decidida e delineada pela autora de forma a se tornar algo palpável, assim como os demais personagens que orbitam ao seu redor.
A trama se desenrola através de circuntâncias fantasiosas, mais do que sutís, como algo quase nulo, consagrando tal romance de fato em um realismo mágico, em que os elementos fantásticos não tomam grandes proporções. O equilíbrio – citado no parágrafo anterior – está em todos os meandros da escrita e do desenvolvimento criativo de Chapman. Nada é demais e nada é de menos… tudo é orquestrado com virtuosidade. O tédio da obra – dependendo de como você o enxergá-lo – se consagra como um importante pilar, que colabora e corrobora para que conheçamos mais o ambiente, os personagens e suas relações interpessoais; sendo desta maneira, a jornada com tal romance uma exeperiência de leitura panorânica e sensorial em todos os sentidos.
Não consigo não me sentir grato por ter me deparado por acaso com esta história. Susan Stokes-Chapman não nos induz a burrice, não apresenta mais uma narrativa em que o romance se torna o protagonista, não nos entrega diálogos rasos e explicações mesquinhas. E repito, se não gosta de tramas entruncadas, então passe pra próxima e não perca tempo com essa. A autora nos agracia com uma narrativa que muito mais do que ser lida, deve ser apreciada. Pra mim, Pandora foi um acontecimento. Se decidir lê-la, espero que se torne pra você também.
Bela historia.2023
Boa noite Luana, tudo bem?
Voc~e leu o livro? Gostou?