Sabe aqueles livros pelos quais você acaba tendo um carinho diferente? Aqueles livros que você lê com atenção e entra dentro do universo? Então, se você sabe do que estou falando, você deve ler essa obra maravilhosa de fantasia, ficção e aventura. O mais legal que achei dessa obra é o fato de ser irlandesa, sim, da Irlanda. Foi a primeira vez que vi um livro vindo daqueles lados e me surpreendeu.
De início achei que seria mais um “clone” de Percy Jackson, mas não. O que vi foi um livro original com sua essência e ritmo próprio. Outro ponto interessante é a quantidade de “lendas” diversificadas, vemos seres mitológicos desde Minotauros a wolpertingers. Isso acaba fazendo com que nossa imaginação trabalhe em um ritmo muito interessante, ainda mais quando temos ilustrações maravilhosas que nos dá o toque de detalhe final. Sempre gostei de livros com ilustrações de conceito. Isso, em minha opinião, faz com que nossa criatividade caminhe lado a lado com a do escritor, nos conduzindo à mesma linha de raciocínio que o dono da obra está querendo mostrar. Um exemplo disso é o inicio do livro que nos apresenta a região de Darkmouth, que está escrito como se alguém lesse para nós a história. Veja:
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]“A cidadezinha de Darkmouth aparece em poucos mapas porque pouquíssimas pessoas querem encontra-la. E, quando aparece em um, sua localização está sempre errada. Está um pouco ao norte de onde deveria, ou um pouco ao sul. Um pouquinho para a esquerda ou um pouquinho para a direita. Um pouco fora do lugar.”[/testimonials]
Vai dizer que isso não ajuda na narrativa? Claro que sim, ainda mais quando se trata do público mais infanto-juvenil, sem dizer também das imagens que seguem dando mais força para a nossa imaginação. É a idade em que as pessoas começam a se aventurarem em áreas mais longinianas e logo temos um livro não complicado de se ler, ainda mais com a narrativa sem complicações, sem palavras que complicam o desenrolar da história, mas o que se trata essa história?
É bem simples… Tivemos no mundo inteiro relatos de criaturas místicas que por milhares e milhares de anos atazanavam a vida humana. A humanidade cansada de ser flagelada pelas lendas acabam fundando uma espécie de organização para proteger a humanidade das ameaças. Assim surgiram os Caçadores de Lendas, uma organização hereditária. Um negócio de família por assim dizer. O mundo inteiro, após a criação da organização, se livrou das lendas terríveis, exceto um lugar, Darkmouth.
O livro é rodeado de mistérios, a começar o motivo de Darkmouth ser a única região flagelada pelos seres místicos. Temos também a relação entre pai e o filho, ambos caçadores de lendas, que por sinal foi muito bem detalhada e escrita. Vemos de fato a intriga dos dois e o desânimo de Finn, o filho ainda não iniciado. Assim como a relação nada amigável que Finn alcançou em relação a cidade inteira, e não foi por motivos bobos, mas posso dizer por ele não ter sorte. Os diálogos também merecem destaque, já que foram muito bem produzidos e representam muito bem o dia-a-dia. Sei que pode não parecer muito, mas na cena que separei, eu dei risada com o que minha mente imaginou ao ler a passagem:
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]
“Na hora do café da manhã, o pai de Finn entrou na cozinha e começou a procurar algo em uma gaveta.
— Como está se sentindo nesta manhã, Finn? […] Olhe, eu estava pensando sobre o que aconteceu ontem […] — É falta de prática com lendas de verdade que o está atrasando. É culpa minha, na realidade. Vamos consertar isso. Consegui uma Lenda para você lutar com ela.
Finn engoliu o cereal.
— Hum… É isso que você está procurando agora?
Seu pai passou para outro armário, sua cabeça toda lá dentro enquanto ele procurava alguma coisa.”
[/testimonials]
Algo muito importante de se destacar é a evolução que a obra possui. Nós conseguimos ver onde começa, desenvolve e finaliza. Ou seja, Finn, um garoto atrapalhado e sem força de vontade, mostra sua evolução como personagem que realmente cresce e mostra seu valor, nós começamos a torcer por sua mudança e por conseguir ser um garoto que consiga botar em prática o treinamento que seu pai preparou. Com isso vemos o crescimento e erros que ele comente, os momentos em que quase consegue. Mas há uma parte, no qual separei, quando Finn estava em apuros, que vemos que ele evoluiu como personagem a partir desse ponto:
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]”Ele se perguntou o que o pai faria nessas circunstâncias, mas logo se lembrou de que pai estava nessas circunstâncias e não estava se arrastando por uma escola à procura de um lugar para se esconder.
Talvez fosse melhor perguntar a si mesmo o que o pai iria querer que Finn fizesse nessa situação. Entretanto, ele sabia que, definidamente, não envolveria se arrastar por uma escola á procura de um lugar para se esconder.”[/testimonials]
Mas e os outros personagens? Não vejo tanta mudança, uma pelo fato do pai de Finn, Hugo, já ter evoluído o que tinha para evoluir, e pelo fato dele não ser o principal da história. Mas e os outros? Vemos uma mudança em relação ao pai de Emmy, que finalmente deixa sua filha fazer o trabalho de um caçador de lendas. Também há a parte em que Steve mostra seu lado altruísta, o que me deixou realmente animado, já que até então o pai da Emmy estava sendo um cara trivial.
Em resumo, digo que o livro deve ser lido, ainda mais quando se quer saber a continuação da história que não termina no primeiro livro. Em sua continuação, provavelmente podemos ver o desfecho de todos os personagens, desde o sargento Doyle ao pequeno ser lendário vira-casaca Broonie. Como um livro de aventura, ele cumpre bem o seu propósito.
E você? Conseguiu ver os desfechos do livro? Acha que faltou algo? Comente embaixo e não esqueça de inscreva-se em nosso site e também no nosso canal do Youtube (NerdCubo). Até a próxima!