“Olá, eu sou o Doutor. E hoje sou um médico, também!”
Desde quando eu comecei assistir Doctor Who, em 2013, eu simplesmente fiquei viciado, na hora. Pois é uma série que fala de viagem no tempo e espaço, mas também nos mostra o quão interessante é ver mais sobre o universo e, por que não, da raça humana em si. Mas, pelo menos hoje, eu não vou falar sobre a série. Venho, por meio desta resenha, expressar alguns sentimentos e observações sobre o livro “Doctor Who: Mortalha da Lamentação”.
Só para começar, eu devo dizer que o autor desse livro foi muito ousado, pois a história se passa no dia 23 de novembro de 1963, um dia depois do assassinato do presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e no dia da estreia da própria série. Tanto até que, no prologo, tem uma ótima referência para quem teve a coragem de assistir a “série clássica” de DW. Então, dito isso, eu vou passar um pouquinho sobre o que é a história, sem dar muitos spoilers e depois eu vou começar com os comentários.
“23 de novembro de 1963. Um dia depois de uma das maiores tragédias globais, o assassinato do presidente John F. Kennedy. Todo o mundo havia ficado extremamente chocado com o ocorrido. Foi nesse cenário que a Mortalha decidiu atacar. E não havia nenhum ser humano que pudesse impedir isso. Mas, havia uma única pessoa que poderia impedir, e ele não era um humano. Ele era um Senhor do Tempo. Melhor dizendo, o último dos Senhores do Tempo.”
Bem, para quem estava com muita saudade do Decimo Primeiro Doutor a.k.a. Matt Smith, esse livro mais suprir essa saudade, pelo menos até você terminar ele e ficar com uma vontade louca de rever as temporadas do decimo primeiro. Nesse livro, temos também a presença da Clara, uma das melhores companions, na minha humilde opinião. E o jeito que o autor escreveu os diálogos entre os dois é simplesmente digno da série. Realmente me fez imaginar os atores naquela cena, falando aquelas falas.
A escrita do livro, pra mim, foi excelente. Sem muitos rodeios, direta e Clara (me contrate Cazalbé) e com um ritmo que não deve em nada ao ritmo da série. Outra coisa que me cativou muito foram os personagens secundários. Grande destaque para Mae, Warren e o palhaço Bundamole (sim, é esse o nome dele). Ambos os personagens foram importantes, ao seu tempo, e contribuíram, e muito, para salvar o mundo da ameaça da Mortalha.
Falando no diabo, bem, eu particularmente adorei o conceito da Mortalha. Pois, no mundo real, pessoas são assombradas pelos que já se foram. O autor simplesmente deu uma roupagem whovian para esse problema, e o fez com maestria.
Considerações finais
Pra quem é whovian (a.k.a. fã de Doctor Who), é uma obrigação ler esse livro, não importando se você gosta ou não do doutor, da companion ou do diabo a quatro. Esse livro me fez pensar nas emoções dos seres humanos de um modo que eu nunca pensei antes, e me fez ver que certas coisas têm que acontecer, mesmo se nós tivéssemos o poder de impedir elas, pois, em certos casos, o tempo é imutável, e deve continuar seu caminho, sem interferências. Não vou dar muitos spoilers, mas quando chegar a parte do “De novo com sentimento” recomendo muito que você leia em um lugar calmo, de preferência sozinho, pois irá absorver muito mais do que essa parte pode te oferecer.
Acho que por hoje é só. Até a próxima resenha.