Seis Vezes Confusão: O Fracasso dos Fracassos da Comédia

A bagunça da comédia “Seis Vezes Confusão” é a prova de que Marlon Wayans ainda tem um grande obstáculo no caminho de sua grandeza cômica: ele mesmo.

Talvez o gênero mais difícil de se fazer uma crítica seja a comédia pastelão, pois não devemos nos ater ao senso-comum, às regras dos atos e da falta de uma evolução do personagem, às vezes.

Podemos pegar esse filme e fazer uma comparação com alguns filmes do mesmo gênero: Debi e Lóide, Um Morto Muito Louco, O Pequenino, As Branquelas, Cada um Tem a Irmã Gêmea que Merece…

Poderia continuar citando centenas de filmes, bons e ruins, para mostrar que um filme de comédia pastelão pode ter todas as dificuldades de fazer uma análise, mas que no fundo tem coisas boas a serem analisadas. Ou mesmo que tenha momentos que nos faça rir muito, que é o objetivo principal do filme desse gênero.

Mas Seis Vezes confusão não temos nada disso. Um enredo fraco, piadas sem sentido que não nos fazem rir, e um desfecho medonho, quiçá fraco.

Seria melhor a Netflix ter cancelado essa comédia decepcionante com “Marlon, pois após o fracasso de Nu (Filme da Netflix, em que Wayans passou a maior parte do enredo correndo sem roupas. Mas “Sextuplets” foi além, para o fracasso, com várias performances de tirar o fôlego (de raiva, é claro) de Marlon Wayans…

A pergunta que podemos nos fazer é: Marlon é um ator ruim por causa de Seis Vezes Confusão? A Resposta é Óbvia: Não. Marlon é um ótimo ator, que tem a cara da comédia; o que estragou totalmente o filme foram os roteiristas. Marlon Wayans precisa de melhores roteiristas que tragam o que há de melhor nele. Isso sem citar que ele foi um roteiristas nesse filme… Talvez o problema esteja aí.

Quais são os filmes que mostram que Marlon Wayans é um bom ator?
Podemos ver notavelmente em 3 filmes: Sem Sentido, As Branquelas e Todo Mundo em Pânico 1 e 2. Pois além dos filmes terem um ótimo roteiro, trouxeram piadas boas em momentos certos. Fora que em O Pequenino e também em Norbit ele fez papéis secundários de ótima repercussão.

Seis vezes Confusão foi idealizado pelos escritores Marlon Wayans (isso mesmo, por ele mesmo, assim como Adam Sandler kkk), Mike Glock e Rick Alvarez, a maior parte da energia cômica dentro de “Seis Vezes Confusão” é gasta no trabalho de personagens planos e também com a ideia infantil do conceito de família. Na longa história dos filmes sobre improváveis ​​reuniões familiares, o filme Netflix é um dos mais descaradamente indiferentes, colocando Alan como um órfão que deseja encontrar sua mãe biológica (e depois os 6 irmãos que ele descobre ser Sextuplo). Até parece uma boa ideia conhecer sua família, depois de anos sem saber de onde veio, porque foi deixado num lar de adoção, mas a condição para que ele possa sair em busca da sua família é que ele esteja de volta antes que sua esposa dê a luz ao seu primeiro filho. O filme distribui aos seus irmãos uma sequência abaixo do esperado por vez, pois entre todos os papéis que ele interpreta, Alan parece o único sem um parafuso solto.

Wayans lida com seus muitos personagens com os mesmos limites de cuidado: ele lhes dá uma aparência física definitiva, um modo distinto de falar, e às vezes os torna perceptíveis, principalmente por estereótipos. A comédia escreve a si mesma, não precisa ter nada explicado, tudo é explicito.

Após assistir Seis Vezes Confusão, eu entendi de vez o porquê do gênero de comédia ter uma baixa tão gritante nos cartazes dos cinemas do mundo inteiro. Comédias fracas, sem sentido, com roteiros fracos, acabam trazendo aos atores o limbo em roteiros futuros.

Atores com ótimos potenciais acabam ficando para trás. E quando atores resolvem fazer os próprios roteiros, aí temos uma receita perfeita para o fracasso.

CRÍTICA DO FILME SEIS VEZES CONFUSÃO – NETFLIX

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