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********************************NÃO contém spoiler********************************

Editora: Panini

Autor: Mark Millar / 172 páginas

Do espaço, de um lugar longínquo e desconhecido, um  objeto cai em uma fazenda da Ucrânia trazendo consigo uma criança especial. O ano é 1953 (o grande momento em que nosso herói é revelado ao mundo), período do início da guerra fria, palco de conflitos políticos e de tensões sociais efervescentes. Amado por muitos, temido por outros e odiado por alguns, a enigmática criança cresce e se torna o que todos passam a conhecer como Superman… o homem de aço capaz de mudar o mundo apenas sendo quem nasceu para ser. Seguindo uma linha narrativa alternativa – pertencente do selo Elseworlds da DC Comics – a famosa HQ de 2003 nos apresenta uma história em que ao invés de ser o grande herói da América, perpetuador e símbolo da cultura norte americana, Superman é desta vez retratado como o campeão do trabalhador comum, símbolo das igualdades sociais, herói soviético, defensor do pacto de Varsóvia e apoiador de Josef Stalin.

Em se tratando de uma HQ elogiada pela crítica – tanto a especializada quanto por fãs comuns – esperava algo que fosse me surpreender muito mais do que de fato me surpreendeu. Apesar de trabalhar parcialmente bem a famosa estrutura dos quadrinhos “E se…”, indo fundo a uma hipótese interessante que se ocorrida teria mudado drasticamente o mundo dos heróis e super heróis, Superman: Entre a foice e o martelo não entrega tanta inovação assim. Apesar da mudança de cenário, o herói dos heróis nos é entregue em sua essência natural, não apresentando grandes mudanças de personalidade e nem servindo de contraponto a sua versão original. Os conflitos com outros famosos heróis da editora se apresentam e se desenvolvem como o que já vimos em tantas outras histórias da DC, servindo muito mais como fanservice do que uma narrativa inovadora que justifique os elogios empregados a tão enaltecida história.

Alguns traços históricos importantes são invisibilizados em sua versão quadrinizada, o que me incomodou durante a leitura. O que serviria como um excelente ponto para discussões e problematizações políticas, trazendo peso a jornada do personagem central, acaba se destacando como uma falta criativa de Mark Millar, que empobrece parte da história e faz com que a trama não saia da superfície. Em contrapartida, tais equívocos não se perpetuam em sua versão animada, que surpreende pelas acertadas mudanças, trabalhando melhor diversos relacionamentos pessoais e interpessoais dos personagens, indo também além do que nos é entregue no quesito política e seus alicerces. O que fez com que eu gostasse muito mais da animação do que da HQ. Devo frisar também que achei alguns importantes personagens muito mal aproveitados, transformando-os quase que em elementos descartáveis.

Superman: Entre a foice e o Martelo promete além do que entrega. É uma boa história, que diverte, mas não marca. Que flui, mas deixa a desejar. Que apresenta um novo Superman, que parece ser o mesmo de sempre. E que me deixou com a pulga atrás da orelha, já que não entendi e nem enxerguei a genialidade que “todo mundo” aponta quando o assunto é esta versão alternativa do Kryptoniano. Uma boa HQ, que indico com a ressalva que a mesma deve ser lida sem grandes expectativas. Desta vez eu fui com muita sede ao pote e terminei a leitura infelizmente ainda com sede; com uma sede que Millar dessa vez não saciou.

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