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Sweet Tooth – A nova adaptação de sucesso da Netflix Sweet Tooth – A nova adaptação de sucesso da Netflix
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A série que tem feito sucesso na Netflix e inclusive está no top 10 da plataforma desde seu laçamento, foi inspirada em uma HQ... Sweet Tooth – A nova adaptação de sucesso da Netflix

A série que tem feito sucesso na Netflix e inclusive está no top 10 da plataforma desde seu laçamento, foi inspirada em uma HQ de êxito da DC Comics.

Produtores Executivos: Jim Mickle, Beth Schwartz, Robert Downey Jr. , Susan Downey, Amanda Burrell, Linda Moran

Criadores: Jim Mickle, Beth Schwartz

Elenco: Christian Convery, Nonso Anozie, Stefenia LaVie Owen, Adeel Akhtar 

Ano: 2021

País: EUA

Duração: 1 temporada | 50 min Episódios 

Gênero: Ficção científica, fantasia, drama

 

Escrita e ilustrada por Jeff Lemire a história original apresenta um lado mais obscuro, tanto em seus traços, quanto nas características do personagens e toda a ambientação da obra. Já a adaptação criada por Jim Mickle e Beth Schwartz, produzida pela Warner Bros, tem aspectos mais leves e uma narrativa mais aconchegante mas ainda assim buscando não perder a essência original.

Juntamente com a produção executiva dos criadores, tem-se a colaboração de Robert Downey, Jr., sua esposa Susan Downey, – sim, vocês leram certo, o ator Robert protagonista de Homem de Ferro – Amanda Burrell e Linda Moran. Os produtores da série, ainda fizerem questão de que o autor dos quadrinhos fizesse parte do desenvolvimento, para que fosse adaptada de uma forma que bilhasse aos olhos do criador, não só do público.

UMA NARRATIVA DE ACELERAR E AQUECER O CORAÇÃO

Em um mundo acometido por um vírus desconhecido, a sociedade entra colapso e é assolada pelo medo. No mesmo momento em que pessoas começam adoecer de uma doença ainda sem uma cura ou medicamento, se tornando fatal para quem se infectava, nascem seres híbridos, sendo metade humanos metade e metade animais. Esses seres para alguns parecem ser um milagre da natureza, pois são geradas por pessoas “comuns” e para outros são a desgraça da humanidade por acreditarem que eles são a causa do agente infeccioso. Pela coincidência de que vieram ao mundo simultaneamente, hibrídos e vírus.

Gus, protagonizado pelo ator mirim Christian Convery, é um menino cervo, criado pelo seu pai longe de tudo e todos. Quando a pandemia começa, ele é um dos que crê que o vírus é um castigo natural pelo mal que as pessoas vinham causando ao meio ambiente por conta de toda a ganância. Sabendo que as crianças híbridas estavem sendo caçadas, decide pegar o seu bebê e fugir para uma floresta, lugar onde Gus cresce sem o menor contato com o mundo além das montanhas.

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Assim que o garoto faz 10 anos, eles finalmente são encontrados e seu pai tentando salvar sua vida, é infectado pela doença e vem a falecer. Gus sobrevive sozinho por algum tempo na floresta, até descobrir uma foto de sua mãe e na esperança de encontra-la ele quebra a regra mais importante, não sair da floresta. Nessa jornada ele é salvo de alguns caçadores de recompensas, por Jepperd (Nonso Anozie) que apelida de Big Men. No início Jepperd não tem a menor intenção de o ajudar, mas se efeiçoa ao menino que é de uma coragem e doçura indescritíveis.

O mundo se mostra muito viril e perigoso para o menino Gus, entretanto também cheio de surpresas acolhedoras e aventuras nas quais ele aprende, muda pessoas a sua volta e também descobre verdades surpreendentes sobre a própria existência.

PERSONAGENS CATIVANTES

Os personagens tem uma carga emocinal muito grande, a relação de Gus e Jepperd, faz praticamente metade do trabalho dentro da série, até chegarmos em Bear intepretada pela atriz Stefenia LaVie Owen, que vem para formar um trio incrível. Ambos os personagens de Bear e Jepperd, carregam grandes conflitos emocionais e arcos de redenção que humanizam toda sua trajetória e que se torna acentuado com o encontro ao personagem de Gus. A interpretação dos três atores é impecável e faz total jus aos seus respectivos papéis, além da química entre eles.

Além disso, a série ainda acompanha o Dr. Singh (Adeel Akhtar) que se vê entre a cruz e a espada para salvar sua esposa da doença e a personagem Aimee (Dania Ramirez) que em meio ao caos encontra a paz vivendo junto a sua filha adotiva híbrida em um antigo zoológico, onde começa a abrigar outras crianças para ajudá-las. Personagens esses com uma atuação também plausivél e que apresentam maior importância no decorrer do desenvolvimento da história.

A ARTE IMITA A VIDA OU A VIDA IMITA A ARTE ?

A série de quadrinhos de Jeff foi publicada entre os anos de 2009 e 2013 com cerca de 40 edições. Sabemos que essa não é a primeira história que conhecemos sobre pandemia ou futuros pós-apocalípticos, no entanto ela coube no momento em que vivemos como a última peça perdida de um quebra cabeças. Trazendo diversos assuntos necessários dentro do contexto em que nos encontramos, além da pandemia, com uma abordagem necessária e sútil.

Os direitos para a produção da obra, já haviam sido comprados a algum tempo, por mais de uma grande produtora, mas não foi coincidência que finalmente tenha sido gravada e lançada nesse ano. Os criadores da série afirmam que a ideia era trazer um toque de esperança para o futuro dentro de contexto que estamos.

Porém houve apenas uma coinciência interessante em uma entrevista para a Comicbookmovie, onde o autor conta que ele não tem hábito de envolver uma autobiográfia em seu trabalho. Contudo acabou nomeando o personagem com o nome de seu filho, como homenagem, que nesse momento tem a mesma idade que Gus na série e justamente em meio e essa crise, o que ele relata ser meio estranho.

Sweet Tooth além de ser uma grande mensagem sobre esperança e coragem, também aborda assuntos como, a relação ser humano e natureza dentro do contexto consumista e industrializado que vivemos e o impacto que isso causa para a existência de todos os seres, inclusive nós mesmos. Usando como referências várias vezes durante a série, como animais e a própria natureza apresentam maior vivacidade e liberdade sem a presença humana, ou melhor da forma que viviam antes de tudo acontecer.

Retrata também as questões de preconceitos e ignorância. Mesmo sem a menor comprovação de que o nascimento das crianças tenha relação com o vírus, o medo, a falta de conhecimento e o próprio preconceito com o diferente, faz que com as pessoas cacem as crianças hibrídas. Analisando, podemos ver uma referência muito interessante a discursos baseados em achismos e até mesmos uma associação aos preconceitos que nos deparamos no dia-a-dia como um todo.

Considerações Finais

A série é acompanhada pela narrativa de James Brolin, lembrando em muitos momentos desenhos antigos ou adaptações de fábulas, porém de uma forma mais profunda e poética. A narração trouxe um aspecto ainda mais encantador para os sentimentos transmitidos pela trama e a vivência dos personagens, juntamente com a trilha sonora que embargou toda a experiência de aventura e a cara rústica e selvagem que só o cenário da Nova Zelândia poderia ter proporcionado. Visual que por si só valeria a pena assistir ! 

São 8 episódios apenas, com três tramas paralelas ocorrendo conjuntamente e trilham um caminho até que finalmente são amarradas no último episódio, deixando um gancho para a próxima temporada. 

A junção de todos esses elementos citados, fizeram da adaptação o sucesso que se tornou. Sucesso esse extremamente merecido, com um roteiro bem costurado e um elenco que literalmente deu vida a série. Apesar de alguns momentos sinistros, a fantasia distópica abrange um diverso público, se mostrando uma adaptação mágica, simpática e emocionante.

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Sara Manines

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