Mundo das Resenhas
The Only Good Indians – Stephen Grahan Jones | Do terror de Jones, só sei que nada sei. The Only Good Indians – Stephen Grahan Jones | Do terror de Jones, só sei que nada sei.
3.5
******************************NÃO contém spoiler****************************** Autor: Stephen Grahan Jones Editora: Gallery – Saga Press / Gênero: Horror – Terror psicológico / Idioma: Inglês / 319 páginas... The Only Good Indians – Stephen Grahan Jones | Do terror de Jones, só sei que nada sei.

******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: Stephen Grahan Jones

Editora: Gallery – Saga Press / Gênero: Horror – Terror psicológico / Idioma: Inglês / 319 páginas

O que se pode esperar encontrar em um terror indígena? Ao iniciar a leitura de The Only Good Indians, tome cuidado, ela estará te observando, te manipulando enquanto aguarda o momento certo de agir. Fugir do passado não é uma possibilidade e devemos estar cientes que sangue se paga com sangue. Quando o mal se levantar, não haverá para onde ir e seus rastros ela seguirá. Brutal, reflexivo, crítico e talvez assustador. Se é o que procura em bom livro de terror, talvez a obra do momento no gênero onde Stephen King é rei, seja leitura pra você. Se irá te agradar, te incomodar e te fazer sentir medo até no mais fundo de sua alma, dependerá de sua imersão e crença que o mal de fato existe independente do contexto que estivermos inseridos.

A obra do autor nativo norte-americano Stephen Grahan Jones, é diferente de quase tudo que já li. Me despertou sentimentos complexos que me perturbaram e abrasou minha curiosidade acerca do real significado do que é o mal, e do que é o bem dentro de um contexto onde tais significados se subvertem com muita facilidade. Um livro que não exatamente me assustou, mas que me divertiu, me tediou e em certos momentos me chocou. Com uma escrita bem elaborada, o autor tece com calma e prepara bem o terreno antes de nos entregar momentos de insanidade onde o mal e a loucura dominam a narrativa, justificando com louvor o adjetivo que muitos leitores atribuem a tal obra: BRUTAL.

Quando quatro grandes amigos nativos norte-americanos quebram uma tradição e realizam uma caça ilegal de cervos em um lugar sagrado para seus antepassados, acabam despertando uma força incontrolável que tudo que desejará é vingança. Perseguidos pela mesma dez anos depois de tal acontecimento, se verão em desespero em não saber como lidar com algo que está além da compreensão humana e que pode significar um perigo imensurável que os levará a enfrentar o mal de frente.

Não sei dizer exatamente se gostei da leitura. Em certos momentos me vi pensativo sobre a sagacidade e inteligência de Jones em inserir críticas pesadas e reflexões profundas sobre cultura de identidade, reorganização social, ancestralidade, tradições e racismo. Não trata-se apenas de uma obra de terror que tem por objetivo exclusivamente em chocar o leitor com cenas de violência gráficas. O autor nos força a pensarmos sobre os assuntos supracitados enquanto nos afundamos em uma trama obscura, misteriosa, sanguinária, mitológica (por falta de uma palavra melhor) e bastante imaginativa. As oscilações narrativas as quais me deparei e que fizeram parte de minha jornada de leitura, me confundiram ao ponto de eu realmente não saber definir com exatidão minha opinião real sobre a famigerada obra que muitos parecem venerar. Talvez eu a tenha amado e detestado na mesma proporção… vai saber.

Tem momentos muito bons, é bem escrito, traz representatividade indígena (o que ainda  é raro no meio literário) e entrega um final que muito me agradou, apesar de o considerar extremamente esquisito e que talvez represente com assertividade a cultura indígena as quais os personagens fazem parte; não saberei dizer. Não farei coro aos demais leitores que amaram a obra em sua plenitude ou quase nesse nível, afirmando que The Only Good Indians (aliás, que título irônico, ácido e regado de crítica cultural e social, genial de fato) é uma obra magnífica que você não deverá deixar passar. Mas posso afirmar sem medo de errar que trata-se de uma narrativa que navega com fluídez entre o terror puro, simples e psicológico, trazendo momentos viscerais de butalidade e reflexões humanas que poderão te deixar extasiado. Diferente, estranho e por vezes “assustador”, The Only Good Indians é o tipo de livro que quanto mais eu penso, mais confuso fico. Se esta resenha é uma indicação ou não, é mais uma indagação cuja resposta deixarei a encargo de vocês. Minha única certeza é que o autor continuarei lendo; do resto só sei que nada sei.

[stellar]
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Fernando Lafaiete

O que vocês devem saber sobre mim? Me Chamo Fernando Henrique Lafaiete, mas vocês podem me chamar de China. Apelido este, dado pelos meus melhores amigos. Sou viciado em leitura, sou poliglota, auditor de hotel, professor de inglês, fã de fantasia, fã de livros policiais, fã de YA, fã terror e fã de clássicos. Luto ao máximo contra o preconceito literário que alimenta a conduta dos pseudo-intelectuais e sou fã de animes e qualquer coisa que envolva super-heróis. Amo escrever todo tipo de texto, em especial resenhas. Espero que minhas opiniões sejam de alguma valia para todos que tiverem acesso as mesmas. Sou sempre sincero e me comprometo a dividir minhas opiniões da maneira mais verdadeira possível. Agradeço o convite para fazer parte do grupo de resenhistas do site e que minha presença aqui seja duradoura.

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