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Trilogia Tons de Magia: Vale a pena a leitura? #12 Trilogia Tons de Magia: Vale a pena a leitura? #12
******************************NÃO contém spoiler****************************** Autora: V. E. Schwab Editora: Record / Gênero: Fantasia / Idioma: Português / Total de páginas da trilogia: 1.646 Quatro cidades... Trilogia Tons de Magia: Vale a pena a leitura? #12

******************************NÃO contém spoiler******************************

Autora: V. E. Schwab

Editora: Record / Gênero: Fantasia / Idioma: Português / Total de páginas da trilogia: 1.646

Quatro cidades diferentes, quatro mundos distintos, todos diferentes e todos iguais. Uma magia para ser temida, para ser venerada e para ser vencida. Viagens em mundos paralelos e segredos para serem desvendados. Em “Tons de Magia”, o mágico não tem limites. A magia pode ser uma aliada, mas também pode ser uma inimiga. Em quem confiar? Quais segredos desvendar? Ler V. E. Schwab é sempre um prazer. Sua escrita suave e encantadora nos envolve e nos puxa para seu mundo, nos fazendo parte da história como se fossemos um de seus personagens, mesmo que apenas de forma externa proveniente de nossas mentes imaginativas. É como ser engolido por areias movediças, representadas por suas palavras que se tornam mágicas e que juntas formam uma narrativa que só irá nos abandonar após lermos a última linha do último volume. Fechamos o livro não querendo abandoná-lo, devolvendo-o para nossas estantes, para nossos guarda-roupas ou para qualquer lugar onde as palavras mágicas da autora irão repousar.

A trilogia “Tons de Magia” me conquistou, não de maneira imediata, mas ainda assim, conseguiu me fazer admirar a autora ainda mais do que já admirava. Com quatro versões da mesma cidade (Londres), o mundo criado por Schwab nos apresenta um protagonista capaz de viajar pelos quatros mundos, onde cada um sofre por algum motivo, todos entrelaçados pela magia. Na Londres Cinza, encontramos um local insípido, frio e onde a magia é algo lembrada como uma lenda. Um local onde a magia se esvaiu, como água no deserto. Na Londres Vermelha, lar do personagem central, é onde a magia funciona de forma harmoniosa. Na Londres Branca, encontramos um local faminto, que se agarra a qualquer resquício de magia e onde a tirania reina soberana. E por último temos a Londres Negra, um local de pura magia, insaciável e incontrolável. O universo criado pela autora é fascinante e explorá-lo juntamente com o protagonista é um prazer impagável. Kell é um personagem interessante, que vai crescendo com o virar das páginas. Um mago temido por muitos e admirado por outros. Criado pela realeza, é tratado como filho pelos monarcas e utilizado pelos mesmos como mensageiro real. Mas tudo muda quando o mal começa a pairar, primeiro sorrateiramente, para logo sem seguida se transformar em algo que colocará em risco a manutenção dos mundos e a sobrevivência da humanidade.

Uma jornada de relações improváveis, de guerras a serem travadas, de amizades para serem feitas e refeitas e de obstáculos para serem superados. Na trilogia de Schwab o que não falta é emoção. Lê-la me deu prazer e assombro, alimentando minha imaginação e me despertando um sentimento que não sei explicar com palavras. Conforme citado no segundo parágrafo, não me apaixonei pela trilogia de imediato. O primeiro volume (Um Tom Mais Escuro de Magia) me divertiu, mas também me incomodou. Me deparei com descrições vivazes, mas que desmoronam devido a diversas incongruências da narrativa. As descrições referentes ao personagem central não se sustentam porque suas ações não são compatíveis com o que é dito do mesmo. Poderoso, temido, sagaz… adjetivos formidáveis, mas que me causariam um maior impacto se eu tivesse me deparado com ações que os validassem. O que comigo não ocorreu. Mas mesmo diante deste “entrave”, a escrita da autora, o mundo e todos os outros elementos que o compõe me convenceram a dar continuidade na leitura de maneira quase imediata. E que bom que tomei essa decisão. O segundo volume supera em tudo o primeiro. Focado em uma personagem feminina bem construída (mas que também apresenta problemas de descrições invalidadas no volume anterior) e que caminha lado a lado com o protagonista em ofusca-lo, tendo como pano de funcho um torneio de magia, fez com que amar tal volume se tornasse algo impossível. Com um desenvolvimento incrível, com inserções de novos personagens e com um desfecho impecável, “Um Encontro de Sombras” me deixou estarrecido ao ponto de eu imediatamente providenciar o último volume em seu idioma original, sem haver qualquer possibilidade que eu fosse ser capaz de esperar o lançamento em terras tupiniquins. Degustei cada página e cada parágrafo como alguém faminto por novas revelações e que totalmente imerso estava.

No último livro (A Conjuring of Light) nos deparamos com o início que dá continuidade sem cortes ao desfecho do volume anterior. Acompanhamos o desenrolar de tramas obscuras, do crescimento de um vilão aparentemente invencível e de medos a serem superados, juntamente com o crescimento dos personagens em geral. Não é um livro perfeito (se é que existe alguma obra que possa carregar tal nomenclatura), mas é divertido, bem escrito e satisfatório. Possui um vilão bacana, mas que não me despertou um sentimento de urgência, que me fizesse sentir que ele deveria ser derrotado o quanto antes. Gostei, mas fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa. No geral, “Tons de Magia” é uma trilogia incrível, para se ler, reler e indicar. Uma obra YA fantástica, que possui representatividade, política, ação, mistérios, romance, amizades e revelações. Pretendo relê-la muito em breve, para poder abrir os livros e embarcar mais uma vez na tão fascinante viagem que “Tons de Magia” proporciona. V. E. Schwab merece ser aplaudida de pé. É de autoras como ela que nós precisamos.

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(CONFIRA A RESENHA DE A MELODIA FEROZ CLICANDO AQUI)

(CONFIRA A RESENHA DE O DUETO SOMBRIO CLICANDO AQUI)

(CONFIRA A RESENHA DA TRILOGIA FEITA DE FUMAÇA & OSSO CLICANDO AQUI)

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Fernando Lafaiete

O que vocês devem saber sobre mim? Me Chamo Fernando Henrique Lafaiete, mas vocês podem me chamar de China. Apelido este, dado pelos meus melhores amigos. Sou viciado em leitura, sou poliglota, auditor de hotel, professor de inglês, fã de fantasia, fã de livros policiais, fã de YA, fã terror e fã de clássicos. Luto ao máximo contra o preconceito literário que alimenta a conduta dos pseudo-intelectuais e sou fã de animes e qualquer coisa que envolva super-heróis. Amo escrever todo tipo de texto, em especial resenhas. Espero que minhas opiniões sejam de alguma valia para todos que tiverem acesso as mesmas. Sou sempre sincero e me comprometo a dividir minhas opiniões da maneira mais verdadeira possível. Agradeço o convite para fazer parte do grupo de resenhistas do site e que minha presença aqui seja duradoura.

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