A Lista de Convidados – Lucy Foley | 5 Motivos que me fizeram detestar.
ResenhasResenhas de Livros 30 de abril de 2021 Fernando Lafaiete 2
******************************NÃO contém spoiler******************************
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Autora: Lucy Foley
Editora: Intrínseca / Gênero: Thriller psicológico / Idioma: Português / 304 páginas
1 – FALTA DE CRIATIVIDADE
O que temos em A Lista de Convidados? Se você já leu A Última Festa, já pode considerar que leu também o lançamento da vez. A estrutura narrativa, as personalidades dos personagens, as interações, as principais ideias do enredo e o ritmo são exatamente os mesmos. É como se a autora tivesse dado Ctrl C + Ctrl V em sua própria obra, alterado alguns elementos da trama e o relançando como um livro “inédito”. Pura falta de criatividade ou pura preguiça de criar algo realmente novo?
A sensação que tive o tempo inteiro ao longo da leitura foi que estava lendo uma versão alternativa – e piorada – de A Última Festa. Cansativo, pouco imersivo e enfadonho. O que já me demonstra uma certa limitação criativa por parte de Lucy Foley que parece ter se tornada dependente de ideias repetitivas e pouco recicláveis. Abaixo as ideias as quais me refiro:
A ÚLTIMA FESTA:
1 – Festa de final de ano em chalé isolado
2 – Relações tóxicas
3 – Segredos do passado e relações mal resolvidas
4 – Um crime em que não sabemos nem quem morreu e nem quem matou
A LISTA DE CONVIDADOS:
1 – Um casamento em uma ilha isolada
2 – Relações tóxicas
3 – Segredos do passado e relações mal resolvidas
4 – Um crime em que não sabemos nem quem morreu e nem quem matou.
São ou não praticamente os mesmo livro?
2 – DESEQUILÍBRIO NARRATIVO
A princípio a ideia não deveria ser a de me instigar a querer desvendar o mistério de quem matou e de quem morreu (além dos motivos que levaram a tal crime)? Mas como me sentir instigado em uma trama em que 70% do livro trata-se de diálogos e situações que não chegam a lugar nenhum? Como me sentir instigado em uma trama em que o grande mistério é ofuscado por contextualizações psicológicas arrastadas e que são exploradas de maneira exaustiva? Em certo momento cheguei a esquecer que alguém havia sido assassinado. Meu desinteresse já era tanto, que tal revelação a respeito de tão insignificante crime já não me importava mais. 70% de pura enrolação e 30% repleto de revelações e desfechos rasos, que não impactam e que não satisfazem. A verdadeira exemplificação de um desequilíbrio narrativo total.
3 – PERSONAGENS MASCULINOS INFANTIS
O que dizer de adultos que agem como adolescentes revoltados? Os personagens masculinos são desastrosos. Não se salva um. Além de tóxicos e completamente sem noção, protagonizam diálogos mal escritos, agem como se não tivessem crescido – entregando aos leitores brincadeiras entre eles dignas de séries juvenis – possuindo também personalidades e relações completamente mal exploradas e bastante genéricas.
4 – TEMAS MAL ABORDADOS
Assim como já ocorre em A última Festa, aqui também temos temas importantes que são jogados e tratados de forma superficial. Tais assuntos e seus respectivos impactos sociais são utilizados apenas como uma frágil tentativa de trazer peso aos arcos dos personagens principais e poderiam ter sido aprofundados, trazendo um impacto muito maior dentro da trama como um todo. O que não ocorre e me pareceu ter resultado em uma experiência ainda pior do que a que tive neste quesito com o primeiro livro da autora.
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