******************************NÃO contém spoiler******************************
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Autora: Lucy Foley
Editora: Intrínseca / Gênero: Thriller psicológico / Idioma: Português / 304 páginas
Adoraria desenvolver um texto positivo apontando os aspectos assertivos do mais novo lançamento de Lucy Foley, autora do hypadíssimo A Última Festa, o thriller super comentado de 2019, cujo impacto no mercado editorial e meios literários foi tanto, que o mesmo chegou a ser elencado e comparado inclusive com as narrativas da rainha do crime Agatha Christe. Entretanto, é muito difícil esboçar elogios a uma trama tão decepcionante, mal estruturada e enfadonha quanto A Lista de Convidados, o romance tido como superior a obra antecessora da autora. Abaixo organizo 5 fatos que me fizeram detestar o mais novo lançamento da editora Intrínseca.
1 – FALTA DE CRIATIVIDADE
O que temos em A Lista de Convidados? Se você já leu A Última Festa, já pode considerar que leu também o lançamento da vez. A estrutura narrativa, as personalidades dos personagens, as interações, as principais ideias do enredo e o ritmo são exatamente os mesmos. É como se a autora tivesse dado Ctrl C + Ctrl V em sua própria obra, alterado alguns elementos da trama e o relançando como um livro “inédito”. Pura falta de criatividade ou pura preguiça de criar algo realmente novo?
A sensação que tive o tempo inteiro ao longo da leitura foi que estava lendo uma versão alternativa – e piorada – de A Última Festa. Cansativo, pouco imersivo e enfadonho. O que já me demonstra uma certa limitação criativa por parte de Lucy Foley que parece ter se tornada dependente de ideias repetitivas e pouco recicláveis. Abaixo as ideias as quais me refiro:
A ÚLTIMA FESTA:
1 – Festa de final de ano em chalé isolado
2 – Relações tóxicas
3 – Segredos do passado e relações mal resolvidas
4 – Um crime em que não sabemos nem quem morreu e nem quem matou
A LISTA DE CONVIDADOS:
1 – Um casamento em uma ilha isolada
2 – Relações tóxicas
3 – Segredos do passado e relações mal resolvidas
4 – Um crime em que não sabemos nem quem morreu e nem quem matou.
São ou não praticamente os mesmo livro?
2 – DESEQUILÍBRIO NARRATIVO
A princípio a ideia não deveria ser a de me instigar a querer desvendar o mistério de quem matou e de quem morreu (além dos motivos que levaram a tal crime)? Mas como me sentir instigado em uma trama em que 70% do livro trata-se de diálogos e situações que não chegam a lugar nenhum? Como me sentir instigado em uma trama em que o grande mistério é ofuscado por contextualizações psicológicas arrastadas e que são exploradas de maneira exaustiva? Em certo momento cheguei a esquecer que alguém havia sido assassinado. Meu desinteresse já era tanto, que tal revelação a respeito de tão insignificante crime já não me importava mais. 70% de pura enrolação e 30% repleto de revelações e desfechos rasos, que não impactam e que não satisfazem. A verdadeira exemplificação de um desequilíbrio narrativo total.
3 – PERSONAGENS MASCULINOS INFANTIS
O que dizer de adultos que agem como adolescentes revoltados? Os personagens masculinos são desastrosos. Não se salva um. Além de tóxicos e completamente sem noção, protagonizam diálogos mal escritos, agem como se não tivessem crescido – entregando aos leitores brincadeiras entre eles dignas de séries juvenis – possuindo também personalidades e relações completamente mal exploradas e bastante genéricas.
4 – TEMAS MAL ABORDADOS
Assim como já ocorre em A última Festa, aqui também temos temas importantes que são jogados e tratados de forma superficial. Tais assuntos e seus respectivos impactos sociais são utilizados apenas como uma frágil tentativa de trazer peso aos arcos dos personagens principais e poderiam ter sido aprofundados, trazendo um impacto muito maior dentro da trama como um todo. O que não ocorre e me pareceu ter resultado em uma experiência ainda pior do que a que tive neste quesito com o primeiro livro da autora.
Nossa que crítica ruim kkkkkkkk vc realmente não entendeu nada do livro
Boa tarde Ana, tudo bem?
Primeiramente, obrigado pelo comentário, sendo positivo ou negativo, sempre nos ajuda em nosso engajamento. Acerca de sua opinião em si, classificar minha resenha como ruim (sim, é uma resenha e não uma crítica), é bastante subjetivo. Pois a mesma como sendo minha resenha, se refere única e exclusivamente sobre minha opinião e não sobre a verdade absoluta. Posso te garantir que entendi perfeitamente o que li, e não muda em nada sobre a pobreza que é a narrativa deste livro como um todo. Se quiser, posso te indicar bons livros policiais e de suspense que te farão ter uma bagagem literária mais profunda e que te transformará, com certeza, em uma leitora mais analítica e mais crítica. Grande abraço!!