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******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: Michael Crichton

Editora: Aleph / Gênero: Ficção-Científica / Idioma: Português 

Jurassic Park: 522 páginas / O Mundo Perdido: 480 páginas

Confira nossa vídeo-resenha no Youtube

Uma das leituras mais intigantes, inteligente e imersiva que já fiz na minha vida, Jurassic Park, romance escrito por Michael Crichton e que deu origem a uma das maiores e mais bem sucedidas produções cinematográficas de todos os tempos, é realmente o que muitos afirmam ser: uma obra-prima da ficção-científica  e especulativa. Um thriller de tirar o fôlego, que não apenas apresenta uma situação surreal, como nos coloca no centro de debates bioéticos que transformam a aclamada obra em algo subversivo onde a ciência corre solta. Com uma narrativa sufocante, ágil, assustadora e sombria, Crichton cria um universo que instiga nossa imaginação, nos fazendo adentrar em um mundo que nos amedronta ao mesmo tempo que nos fascina. Como seria se fosse possível trazermos de volta à vida os seres pré-históricos; os temidos, amados e perigosos dinossauros? Colocando o ser-humano na posição temporária e divina de “Deus” (o que contrasta com a temática científica empregada), o autor tece uma narrativa que trabalha com assertividade a teoria do caos, transformando Jurassic Park em um romance imprevisível, e portanto, surpreendente.

Com personagens carismáticos, tridimensionais e perspicazes, o magnum opus de Michael Crichton se desenvolve de forma ainda mais impressionante que o conhecido e elogiado filme de Steven Spielberg. As descrições certeiras e vivídas do romance, traz à tona não somente os lagartos gigantes, como toda a ambientação imaginada e explorada pelo autor. Se já conferiu as as adaptações cinematográficas, já conhece a essência da história em si. Mas não se engane, o romance consegue ser ainda mais grandioso e assustador que suas respectivas adaptações, e transforma o tour pelo fascinate park jurássico em uma experiência visceral e transcendental. Ian Malcoln, o matemático especialista em teoria do caos – o protagonista do livro, por assim dizer – trata-se de um personagem impecável em sua criação e desenvolvimento; sendo responsável por muitos dos diálogos geniais do livro. Os demais personagens que acompanham o personagem central recebem o mesmo cuidado narrativo do protagonista e servem como um excelente adtivo textual e explanativo.

A escrita de Michael Crichton é bem detalhada e se profunda, entregando inclusive explicações técnicas acerca dos assuntos abordados. O que muito me lembrou a escrita de Jeffrey Deaver, autor de O Colecionador de Ossos. Todo o plot e o desenvolvimento são de um alto nível intelectual e se desenvolvem entregando cenas fortes, muito bem descritas, de forma realmente a chocar devido a destreza e os aspectos sombrios da obra. O filme de 1993 não possui todo o peso do romance lançado em 1990. Apesar de ser um filme espetacular, sofreu diversas alterações do romance para o filme, com a intenção de se tornar algo mais comercial e de mais fácil digestão. Tornando-se um filme de aventura e sem grandes questões filosóficas e afins. O próprio autor afirma em um dos textos complementares da edição da editora Aleph que seria inviável explorar no cinema todas os paradigmas científicos de seu texto original. Sendo assim, mesmo que já tenha visto o filme um milhão de vezes, a leitura do livro é uma experiência única e muito mais que válida.

Devo ir na contramão de algumas avaliações e digo com convicção que O Mundo Perdido – a continuação – não inova, mas pra mim mantém o mesmo nível de seu predecessor. Continua envolvente, reflexivo, divertido, com descrições fantásticas e com um desenvolvimento tão impecável quanto. Dando continuidade no que é apresentado no livro anterior e mostrando que o terror continua. Jurassic Park e O Mundo Perdido não tratam-se de simples narrativas científicas. Não são romances ponderados e nem histórias para se ler apenas para relaxar (mesmo que você ainda possa realizar esse tipo de leitura). Tratam-se de livros que questionam a ciência e não a idolatram. São livros que alimentam nossos deslumbres infantis e reforçam nossas incertezas adultas. São obras para se ler e reler e que nos mostra que a natureza e seus pilares são imprevisíveis, e que tentar nos colocar em uma posição divina de quem tudo pode e tudo sabe, pode ser nossa sentença de morte.

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