******************************NÃO contém spoiler******************************
Por mais que neguem ou que tentem enveredar os telespectadores para outros caminhos perceptivos, é evidente que Irmandade – a série brasileira da Netflix – se baseia na criação do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das mais famosas e perigosas organizações criminosas do Brasil. Desenvolvida em 1994, a trama gira em torno de Cristina (Naruna Costa), uma advogada que se vê realizando um trabalho duplo que a coloca dentro da organização criminosa denominada de Irmandade. Infiltrada e sendo irmã do chefe do crime, a advogada tem a oportunidade de ajudar a polícia em suas operações para acabar com o crime organizado. Diante de dilemas morais e éticos, a personagem se vê diante de um impasse. O que deve ser considerado certo e errado?
Com diversas referências históricas que levam muitos a irem na contramão de Pedro Morelli – o criador, roteirista e diretor da série – (que afirma não ter se inspirado na organização criminosa da vida real), Irmandade se consagra ao meu ver como uma das melhores séries da famosa de streaming; deixando claro desde o início as razões de ser considerada o PCC da Netflix. Gravada em um setor desativado da penitenciária Estadual de Piraquara, nos entornos de Curitiba – Paraná; a mesma mescla cenas reais com as da ficção, colocando os atores em contato direto com o mundo penitenciário. A série tem a capacidade de mexer com nossas emoções e nos fazer torcer por aqueles que não deveríamos apoiar (levando em consideração a ética social do mundo em que vivemos). O que nos aproxima dos personagens, nos fazendo entender suas motivações (por mais absurdo que possa parecer). Assim como Cristina, a série nos faz questionamos a respeito do que é certo e o que é errado, nos colocando diante da questão… Qual o sentido de justiça em um país onde a mesma parece não existir?
Com atuações magistrais que chegam a assustar tamanho a entrega dos atores, fundida com uma direção meticulosa, Irmandade é o tipo de série que vicia. Com episódios repletos de cenas tensas e com excelentes ganchos nos finais, se torna impossível não emendarmos um episódio no outro até terminarmos de vê-la. Seu Jorge como um dos protagonistas me surpreendeu e seu talento me conquistou de forma que já me considero um grande fã dele. Como alguém que adora a série americana OZ, e que cresceu assistindo Carandiru e Cidade de Deus, posso afirmar que Irmandade veio para aplacar a saudade que eu estava de produções com essas pegadas mais pesadas e focadas em temas como o mundo do crime e seus dilemas. Não tenho duvidas que Irmandade é uma série que veio para incomodar, chocar e nos fazer refletir sobre nossa sociedade, sobre nossas atitudes e acima de tudo sobre o que realmente devemos considerar como justiça. Afinal de contas, a justiça é cega e as vezes ela pode estar errada. Tudo depende de que lado estamos.
Cara, sê falou tudo. Infelizmente não consegui chegar ao final da série — tenho muita raiva de X-9.
Ricard, essa série é incrível e o final é impecável. Vale muito a pena continuar assistindo. Muito obrigado pelo comrentário!!
Oi! Você escreve tão bem, adorei seu blog, estou seguindo! Aliás, você poderia seguir o meu? Estou começando agora, obrigada! <3
Boa tarde Márcia, tudo bem?
Primeiramente, muito obrigado pelo comentário e você não imagina o quanto o mesmo me deixou feliz. Irei sim acompanhar o seu blog. Em breve você me verá por lá!! 😉 S2
Mais uma porcaria de filme de apologia ao trafico;
Não posso dizer que discordo e você Joe. Adoro a série, mas seu comentário é uma verdade nua e crua. :/