O Senhor das Moscas – William Golding | O que somos? […]
ResenhasResenhas de Livros 30 de novembro de 2020 Fernando Lafaiete 1
******************************NÃO contém spoiler******************************
Autor: William Golding
Editora: Nova Fronteira / Gênero: Distopia / Idioma: Português / 258 páginas
Quando um grupo de garotos vítimas e sobreviventes de um acidente aérea caem em uma ilha deserta sendo os únicos a sobreviverem, resta-nos a crucial dúvida: O que acontecerá a partir deste ponto? Laureado com o prêmio Nobel de literatura em 1983, Golding se aprofunda na psique humana de seus personagens, mostrando com eficácia o quão bárbaros os seres-humanos podem vir a ser, e o quão difícil pode ser mantermos a ordem em uma sociedade amedrontada. Analisando os aspectos civilizatórios e insandecidos da obra e suas semelhanças com a realidade, nos assustamos ao percebermos nossas fragilidades diante do desconhecido, além de nossas afobações e venerações a violência, o que remete ao nome da obra, que por sua vez trata-se de uma referência a Belzebu, a entidade que representa o mal, a carnificina e a loucura; sendo também uma alusão ao próprio Diabo.
Com alegorias políticas e sociais, o clássico pós-guerra de William Golding (lançado em 1954) acerta na mosca em nos colocar contra a parede e nos forçar a refletirmos sobre questões incomodas sobre nossa humanidade em si. Não nego que esperava muito mais da escrita e do desenvolvimento de certos pontos narrativos. Contudo, O Senhor das Moscas possui muito mais pontos positivos do que negativos; não por ser um clássico, mas por seu uma obra desconfortável, audaciosa e necessária. Em tempos tão nebulosos, refletir é o que todos nós deveriamos fazer e o que a obra em questão nos suscita. Sendo a personificação do que é ser atemporal, o romance distópico do aclamado escritor inglês, termina de forma inteligente deixando uma questão a se pensar: O que somos? Humanos ou um bando de selvagens?
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