A Mulher na Janela | A. J. Finn
ResenhasResenhas de Livros 14 de maio de 2021 Fernando Lafaiete 1
*****************************NÃO contém spoiler*****************************
CONFIRA TAMBÉM AS RESENHAS E CRÍTICAS ABAIXO:
A JANELA INDISCRETA (CRÍTICA DO FILME)
A GAROTA NO TREM (RESENHA DO LIVRO)
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A RESENHA ABAIXO NÃO TEM O OBJETIVO E NEM IRÁ ABORDAR AS POLÊMICAS ENVOLVENDO O AUTOR.
Autor: A. J. Finn
Editora: Arqueiro / Gênero: Thriller Psicológico / Idioma: Português / 352 páginas
Seja na primeira vez que o li ou na releitura, a verdade é que A Mulher na Janela realmente se destaca e consegue demonstrar um potencial bem aproveitado, pouco visto nos thrillers psicológicos os quais já li. Apesar de se tratar praticamente de um reconto / reimaginação de outras histórias já bastante conhecidas – vide A Garota no Trem da autora Paula Hawkins (legal), A Mulher na Cabine 10 da autora Ruth Ware (péssimo) e o clássico A Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock baseado no romance de Cornell Woolrich – A Mulher na Janela consegue sobreviver as 352 páginas que o compõe de maneira positiva, entregando a nós leitores bons desdobramentos e desenvolvimentos convincentes.
Entretanto, importante ressaltar alguns pontos acerca do thriller de A. J. Finn, que podem ou não vir a desagradar leitores desavisados ou que não apreciam tais elementos. Em se tratando de ritmo, o livro flui de maneira interessante, muito por conta de seus capítulos, que por serem curtos, colaboram com o virar das páginas. Contudo, A Mulher na Janela tem por objetivo e o realiza com esmero, focar na personagem central e suas camadas psicológicas, relegando em segundo plano o grande mistério da obra.
Repleto de referências literárias e cinematográficas (uma enxurrada) o romance demora para engrenar, se tornando em certos momentos repetitivo. Algumas situações e revelações são bastante óbvias e podem amargar a experiência de alguns. Todavia, por se tratarem de pilares que potencializam as condições emocionais da protagonista, os enxerguei como sendo grandes acertos criativos por parte do autor, que evidencia de forma verossímel as fragilidades de sua “heroína”.
Poucos thrillers psicológicos conseguem me surpreender no que diz respeito ao desenvolvimento de suas personas ficcionais. Por este motivo e por não estagnar na superfície do que se propõe, A Mulher na Janela realmente se justifica por si só os merecidos elogios que recebeu e que sobreviveram desde o seu hypado lançamento. As revelações finais são muito boas e o livro é muito bem escrito. Todo seu escopo e os pilares que o mantém na posição horizontal, são bem arquitetados e aplicados na obra de maneira segura, mostrando que o autor sabia o que estava fazendo e que público desejava atingir.
É lento (se analisada a estrutura textual e narrativa), claustrofóbico, não se aprofunda no quesito investigativo que poderia envolver demais personagens, e talvez exagere nas referências. Porém, em se tratando do gênero o qual pertence, o suspense de cunho psicológico de Finn consegue alcançar e atingir níveis que muito me agradam e que valorizo em uma narrativa como essa; sendo uma trama que me instigou, com uma protagonista bem desenvolvida e com um desfecho digerível. Não é perfeito, mas é muito bom e conseguiu sobreviver a uma releitura (o que é bem raro em se tratando da chatice e senso crítico de quem vos escreve). A Mulher na Janela é um dos poucos thrillers que prova e sustenta com afinco a frase de marketing que apresenta em destaque em sua capa…. “Não é paranóia se está realmente acontecendo”.
NOTA:
A obra deu origem a adaptação cinematográfica produzida pela FOX 2000 da Disney, que foi comprada pela Netflix após passar um bom tempo no limbo, devido a impossibilidade de lançamento nos cinemas por conta da atual situação que vivemos.
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