O Mal Nosso de Cada Dia | Donald Ray Pollock
ResenhasResenhas de Livros 7 de novembro de 2020 Fernando Lafaiete 1
*******************************NÃO contém spoiler*******************************
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Autor: Donald Ray Pollock
Editora: Darkside Books / Gênero: Terror psicológico – Terror Gótico / Idioma: Português / 304 páginas
Entregando uma narrativa que se divide entre os diversos personagens da obra, Pollock tece uma história onde as personagens são as exemplificações da loucura, da insanidade incontrolável que destrói qualquer aspecto que poderia classificá-los como humanos. Entre um casal de psicopatas, um lunático religioso que come aranhas, um pastor que sente desejo por garotinhas, e um homem louco que acredita que macabros rituais podem salvar sua esposa de uma incurável doença, o romance gótico, o qual aqui me proponho “analisar”, é o tipo de narrativa que irá encantar e alimentar seu lado dark, caso seja fã de autores como Stephen King e Cormac McCarthy. Se em Meridiano de Sangue de McCarthy o Diabo se apresenta na forma de uma macabra e enigmática figura, em O Mal Nosso de Cada Dia – assim como ocorre em Escuridão Total Sem Estrelas de Stephen King – ele surge na forma da maldade que se solidifica nas personas tidas como humanas, que nos desafiam a interpretar e destrinchar o mal puro e simples presente em cada página do romance.
Por este motivo, O Mal Nosso de Cada Dia não é um livro para leitores sensíveis. Repleto de falas por vezes homofóbicas, racistas e regadas de palavrões e cenas fortes de assassinatos, o sucesso inconstestável de Pollock se consagra com maestria em uma excelente obra gótica e macabra, que tem por objetivo não suavizar, mas sim em exaltar o lado ruim do ser-humano. Sendo árido e indo direto ao ponto, Donald Ray Pollock é o tipo de autor que poderá ser indigesto se você for o um leitor que deseja algo mais suave, com “descrições” menos sanguinárias e backgrounds mais sólidos e presentes na construção narrativa como um todo.
Repugnante, assustador, por vezes indigesto e a verdadeira caixa de Pandora atual da literatura dark, O Mal Nosso de Cada Dia entrega com assertividade uma história que exemplifica bem através de diversos panôramas, o verdadeiro significado da essência da maldade em seu estado quase puro. Não há espaço para limitações morais e arrependimentos. Se deseja ler a obra aqui resenhada, saiba desde já que em Knockemstiff Deus não existe e o Diabo nunca dorme.
O Romance O Mal Nosso de Cada Dia – The Devil All The Time no original – deu origem a elogiada adaptação do filme O Diabo de Cada Dia da Netflix, protagonizada por Tom Holland e Robert Pattinson; o qual o trailer você acompanha logo abaixo:
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