*******************************NÃO contém spoiler*******************************
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Autor: Donald Ray Pollock
Editora: Darkside Books / Gênero: Terror psicológico – Terror Gótico / Idioma: Português / 304 páginas
Em Knockemstiff, uma pequena e distante cidade de Ohio, um conjunto de estranhas e maquiavélicas pessoas caminham sobre a terra, como o diabo caminha no inferno. Entre rituais absurdos de sacríficios de todos os tipos, pedofilia, racismo, assassinatos cruéis e a distorção da fé como meio de justificar insanas atitudes, o mal prevalece, sendo a força que movimenta a narrativa de O Mal Nosso de Cada Dia. O romance de Donald Ray Pollock apresenta relações disfuncionais que nos consome a cada página, tornando toda a trama e subtramas do romance em algo bastante assustador e visceral. Com uma escrita seca, árida e direta, sem grandes floreios e descrições exageradas, o autor vai criando um desenvolvimento ágil, que tem por objetivo apresentar as diversas facetas do mal.
Entregando uma narrativa que se divide entre os diversos personagens da obra, Pollock tece uma história onde as personagens são as exemplificações da loucura, da insanidade incontrolável que destrói qualquer aspecto que poderia classificá-los como humanos. Entre um casal de psicopatas, um lunático religioso que come aranhas, um pastor que sente desejo por garotinhas, e um homem louco que acredita que macabros rituais podem salvar sua esposa de uma incurável doença, o romance gótico, o qual aqui me proponho “analisar”, é o tipo de narrativa que irá encantar e alimentar seu lado dark, caso seja fã de autores como Stephen King e Cormac McCarthy. Se em Meridiano de Sangue de McCarthy o Diabo se apresenta na forma de uma macabra e enigmática figura, em O Mal Nosso de Cada Dia – assim como ocorre em Escuridão Total Sem Estrelas de Stephen King – ele surge na forma da maldade que se solidifica nas personas tidas como humanas, que nos desafiam a interpretar e destrinchar o mal puro e simples presente em cada página do romance.
Por este motivo, O Mal Nosso de Cada Dia não é um livro para leitores sensíveis. Repleto de falas por vezes homofóbicas, racistas e regadas de palavrões e cenas fortes de assassinatos, o sucesso inconstestável de Pollock se consagra com maestria em uma excelente obra gótica e macabra, que tem por objetivo não suavizar, mas sim em exaltar o lado ruim do ser-humano. Sendo árido e indo direto ao ponto, Donald Ray Pollock é o tipo de autor que poderá ser indigesto se você for o um leitor que deseja algo mais suave, com “descrições” menos sanguinárias e backgrounds mais sólidos e presentes na construção narrativa como um todo.
Repugnante, assustador, por vezes indigesto e a verdadeira caixa de Pandora atual da literatura dark, O Mal Nosso de Cada Dia entrega com assertividade uma história que exemplifica bem através de diversos panôramas, o verdadeiro significado da essência da maldade em seu estado quase puro. Não há espaço para limitações morais e arrependimentos. Se deseja ler a obra aqui resenhada, saiba desde já que em Knockemstiff Deus não existe e o Diabo nunca dorme.
O Romance O Mal Nosso de Cada Dia – The Devil All The Time no original – deu origem a elogiada adaptação do filme O Diabo de Cada Dia da Netflix, protagonizada por Tom Holland e Robert Pattinson; o qual o trailer você acompanha logo abaixo:
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