O Diabo de Cada Dia (Netflix) | As nuances do mal em uma boa adaptação.
CríticaFilmes 13 de novembro de 2020 Fernando Lafaiete 0
*********************************NÃO contém spoiler******************************
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Roteiro: Antonio Campos & Paulo Campos
Direção: Antonio Campos / Produção: Jake Gyllenhaal, Randall Poster, Riva Marker, Max Born / Gênero: Terror psicológico / Duração: 2h18min
A ambientação e personagens parecem ter saltado das páginas e se materializado com perfeição no filme, o que evidencia o bom trabalho do elenco e do diretor Antonio Campos. As atuações me surpreenderam e consegui desconectar sem dificuldades os atores Tom Holland (Arvin Russell) e Robert Pattinson (Preston Teagardin) de seus pápeis mais memoráveis ao público teen. Não há espaço para o Vampiro Edward e muito menos para Peter Park, o Homem-Aranha do universo Marvel. Ambos os astros Hollywoodianos se destacam pelas suas intensas atuações; que vão desde trocas de olhares receosos, ameaçadores, até sotaques únicos que reforçam as características interioranas dos personagens.
O romance, intitulado por aqui pela editora Darkside de O Mal Nosso de Cada Dia, possui cenas fortes de assassinatos, palavrões e descrições consisas, mas bem inseridas, que destacam a insanidade dos personagens e que colaboram para toda a áurea macabra da história. No filme, temos vislumbres destas insanidades, mas de forma bastante atenuada se comparada ao livro. Sejam pelas cores preto e branco que surgem na hora que cadáveres são mostrados ou através de cenas de psicopatia que são apresentadas de forma resumida; a verdade é que O Diabo de Cada Dia é uma boa adaptação, mas bem mais digerível que o livro.
As nuances da maldade humana são bem desenvolvidas, estão presentes e mostram no filme que o mal realmente existe. Apesar de ter gostado muito da referida adaptação, confesso que esperava algo mais brutal, mais visceral, que me impactasse muito mais. Contudo, indico de olhos fechados pra quem aprecia uma boa história e boas atuações. Seja no romance, seja no filme, a narrativa insana de Donald Ray Pollock nos mostra que se tem algo que devemos temer, é o ser-humano.
[stellar]
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