Mundo das Resenhas
Resenha Literária – livro “Memórias de minhas putas triste” de Gabriel García Marquéz Resenha Literária – livro “Memórias de minhas putas triste” de Gabriel García Marquéz
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      “Comecei por me perguntar quando tomei consciência de ser velho, acho que foi pouco antes daquele dia  (…) E me acostumei... Resenha Literária – livro “Memórias de minhas putas triste” de Gabriel García Marquéz

      “Comecei por me perguntar quando tomei consciência de ser velho, acho que foi pouco antes daquele dia  (…) E me acostumei a despertar cada dia com uma dor diferente que ia mudando de lugar e forma, à medida que passavam os anos.”

  “(…) tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados.” 

“ ‘É que estou ficando velho’, disse a ela. ‘Já ficamos’, suspirou ela. “Acontece que a gente não sente por dentro, mas de fora todo mundo vê.’ ”

 

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“Memórias de minhas putas tristes”, obra de Gabriel García Márquez, foi escrita e publicada em 2004 em países hispanos. Em 2005, a tradução feita por Eric Napomuceno, foi publicada e distribuída pela editora Record.

O escrito foi um marco que sucedeu uma década de silencio literário e antecedeu a morte do autor em 2014.

Narra as memórias de um cronista e jornalista nonagenário que, às vésperas de seu aniversário, é iluminado pela a ideia de ter “uma noite de amor louco com uma adolescente virgem”. Mais do que isso, conta-se, em primeira pessoa, as descobertas de alguém em um período de vida em que teto para novas experiências é considerado intransponível.

Afim de concretizar o súbito desejo, busca a ajuda de Rosa Cabarcas, cafetina e conhecida das noites boêmias do passado que não via por 30 anos. Tudo foi acertado por telefone, sem muitas cerimônias… Uma noite com uma jovem de 14 anos que exercia a função de pregar botões em uma fábrica e recém-iniciada no mundo da prostituição.

O que vem depois é uma mistura de relatos passados como uma tentativa de autoanalise e o turbilhão resultante da descoberta do amor tardio.

Percebe-se um homem que, outrora, mesquinho de sentimentos, covardemente recolhido a sua casca e reticente quanto a sua própria história. Delgadina (nome dado a adolescente adormecida, embora não seja este o nome dela) representa um marco importante na vida do narrador, uma quebra de paradigmas e tabus particulares.

É incrível como “Gabo” (G. García Marquéz) nos desenha os questionamentos que chegam com a passagem do tempo e como algumas certezas, por fim, se resumem a nada. A velhice não nos torna indissolúveis como somos levados a pensar, pelo contrário, traz consigo uma maior maleabilidade e certa indiferença sobre os padrões.

Muito embora haja questões como a prostituição e o aliciamento de menores, bem como o papel de objeto da mulher em uma sociedade patriarcal como a retratada pelo autor, “Memórias de minhas putas tristes” nos traz grandes reflexões sobre a vida, sobre o amor e sua falta senso.

Não foi o primeiro livro que li do mestre García Márquez (nem o primeiro a ser resenhado no blog), mas posso dizer que está entre as obras que mais marcaram minha construção como leitora. Garanto que é uma experiencia válida.

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[stellar]
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Raquel Feitosa

Raquel, 24, casmurra por natureza, amante de livros, jazz, música clássica, bossa nova, chason, Vinicius de Moraes, García Márquez, Bergman, "literatura mundial", árvores, chuva, CAFÉ e números quando fazem o que eu quero. Graduada em engenharia florestal, bilíngue e confusa, muito confusa!

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