Avery Morgansten, sempre fora uma garota popular e comunicativa, mas aquela festa de Halloween, cinco anos antes e, todos os fortes acontecimentos da noite, mudaram o rumo de sua vida e a fizeram querer fugir de seus pais, amigos e de sua própria história. Quando tudo ocorreu, época em que Avery tinha apenas 14 anos, ela foi desacreditada e um acordo foi feito entre as famílias, para evitar que o caso fosse a conhecimento público. Então, como se não bastasse as marcas do abuso, ela teve de lidar sozinha com acusações e julgamentos. Até tentar suicídio aos dezesseis e, previsivelmente, mais uma vez ser julgada por seus pais, sobretudo por sua mãe, que considerava a garota uma vergonha para a família, ela passou desde então a esconder sua profunda cicatriz com um bracelete.
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”][…]Então tive vontade de acabar com tudo ali mesmo. Apenas dar um basta, porque naquele momento da vida, nada poderia ter sido pior do que o que aconteceu comigo, com o que meus pais concordaram e tudo o que veio depois em consequência. Em questão de meses, minha vida foi completamente dividida em dois grandes momentos: o antes e o depois. E não conseguia ver um possível depois […] Eu odiava ver a materialização da minha fraqueza, seria humilhante demais se alguém visse. […] (p. 50)[/testimonials]
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”][…] A cicatriz – nunca quis que ninguém a visse, que ninguém testemunhasse como eu havia sido fraca. Era uma humilhação sem tamanho […][/testimonials]
Ao completar dezoito anos, Avery mudou-se para quase dois mil quilômetros de qualquer um que pudesse conhecê-la, destinada a deixar o passado para trás, ainda que admitindo a si mesma que estava em uma fuga constante de seus traumas, apenas sobrevivendo, ao invés de encarar tudo que aconteceu. Ela alugou um pequeno apartamento, graças ao dinheiro que havia sido destinado a sua conta e iniciou a faculdade, mas foi apenas na primeira aula de Astronomia que seu futuro começou a ser traçado. E não pelo estilo exótico do professor, ou por ser uma matéria nova para ela, mas porque seu parceiro de turma, Cameron Hamilton, ou carinhosamente chamado por Avery “Olhos-Azuis”, era lindo, popular e, ao passar do tempo, perdidamente apaixonado por ela. No desenvolver da história, outras pessoas tornam-se frequentes em seu convívio, como Jacob e Brit, os quais ela logo construiu uma amizade. Avery já não conseguia ir às festas, beber ou sequer chegar atrasada, pela enorme atenção que coisas assim traziam a ela. A dança também foi deixada de lado, ainda que fosse uma das coisas que a faziam mais feliz.
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”][…]Nessa coisa de nunca ter querido um cara antes, também jamais pensara ser capaz de querer um. O que senti quando ele me beijou foi o que deveria sentir. Houve um pouco de pânico, ainda havia, na verdade, mas a curiosidade superava o medo. Assim como o calor desconcertante que eu sentia sempre que Cam se aproximava[…] (p. 191)[/testimonials]
Mas como nem tudo é perfeito, as coisas não foram diferentes com ela. Alguém mandava mensagens constantemente para seu número, a julgando e culpando. Somado a vários e-mails de seu primo e ligações de um número bloqueado, os quais ela buscava ignorar.
O relacionamento de Cam e Avery inicialmente não revela exatamente os segredos de ambos os personagens, isso foi algo que me prendeu à narrativa. Eles eram amigos acima de tudo, até mesmo quando os sentimentos começaram a surgir. Mas pude sentir cada dor da protagonista, suas marcas e medos mais profundos e, ao ir avançando pelas páginas, desenvolvi uma expectativa sem igual pelo que poderia vir a acontecer entre eles, assim como Jacob e Brit, melhores amigos de Avery, que não entendiam o fato de ela não cair de amores por Cam em um primeiro momento. Quanto aos pais de Avery, eles são pessoas frias e calculistas, donos de uma enorme quantidade de dinheiro e poder, mas alheios à sua única filha e seus traumas, eles seguem mantendo as aparências. Todos personagens são extremamente bem compostos e a síntese de tudo nos faz ver todas cena, as consequências e riscos. Imaginei cada cenário, desde o apartamento dela até a cada de Cam, na sua pequena cidade. Pude ver com clareza a personalidade de Cam em uma pessoa extremamente próxima e isso sem dúvidas contribuiu para que o livro se tornasse um dos meus favoritos do ano, até então. A leitura é leve e de fácil compreensão, os temas abordados são de certa forma, polêmicos. A autora nos mostrou todo um drama sem fácil solução, mas com a perfeição de um final feliz.
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]Tudo estava bem. Talvez não perfeito, mas a vida não era para ser perfeita. Era confusa, e, as vezes, era desastroza, mas havia beleza em meio a confusão e poderia haver paz em meio ao desastre.[/testimonials]
Considerações finais:
Me surpreendi com o livro e, através de algumas pesquisas descobri que ele faz parte de uma coleção “Wait for you“, onde cada volume contará a história de um casal diferente, dentro de um contexto, também distinto. Indico o livro, em especial para quem está procurando uma leitura que prenda e emocione. Ri bastante com as histórias do casal mais improvavelmente perfeito que já vi na literatura e chorei, ao entender tudo que ambos enfrentaram no passado. É uma história de amor e superação. Espero por vocês, comentem suas opiniões e, não deixem de nos seguir nas redes sociais, para acompanhar cada nova postagem e atualização do blog.
Letícia Melo
[…] comigo é a continuação de Espero por você (resenha aqui). O livro é tudo que prometera para mim e a pouca espera valeu muito a pena. Não achei que depois […]