******************************NÃO contém spoiler******************************
Autor: Stephen King
Editora: Suma / Gênero: Thriller psicológico / Tradutora: Regiane Winarski / Idioma: Português / 544 páginas
Crianças com poderes paranormais, sequestros, um misterioso instituto e torturas, tudo em um livro só e tudo narrado minuciosamente de forma a nos deixar revoltados, apreensivos e ansiosos. “O Instituto” é a obra que serve de contraponto argumentativo quando uma questão é levantada; King perdeu a mão e o talento em escrever suspenses e terror? Seu mais recente lançamento literário prova que não. “O Instituto” é uma excelente obra psicológica repleta de tensão e mistérios do início ao fim. Quando Luke Ellis é sequestrado na calada da noite e acorda em um local muito semelhante a seu quarto, seu mundo vira de cabeça para baixo. Qual seria o motivo de tão aterrador acontecimento? Seria sua inteligência incomum e / ou seu poder telecinético a razão de seu rapto? Estando em um ambiente ambíguo, trancafiado com outras crianças e sendo vigiado 24hs por dia, Luke passa a acompanhar situações absurdas de tortura tanto físicas quanto psicológicas que parecem completamente sem sentido. Através de amizades que vão sendo construídas, tudo que resta ao protagonista é se unir as demais crianças para encontrar uma maneira de fugir antes que seja tarde demais.
Com personagens detestáveis e repleto de referências à outras obras suas, Stephen King tece uma narrativa absurdamente envolvente e claustrofóbica. Com uma tensão que vai aumentando a cada página, o autor nos instiga a avançar na leitura de forma frenética, sendo quase impossível a abandonarmos antes de chegarmos ao final. Trazendo um plot e uma ambientação que muito me lembrou “A Incendiária”, King cria elos entre suas obras que me fizeram ficar atento quanto a qualquer referência a obras como “Carrie”, “O Iluminado” ou até mesmo a já citada “A Incendiária”. Mesmo que muitas citações tenham sido breves e quase imperceptíveis, muito me agradaram. Não posso deixar de mencionar que o livro aqui resenhado traz também diversas referências políticas e críticas afiadas ao governo de Donald Trump.
Os personagens são magistralmente bem construídos e as explicações dadas pelo autor me agradaram. Adorei todos os personagens, gostei demais dos momentos finais e o desfecho me agradou; o que me deixou surpreso, já que costumo me incomodar com os finais do mestre do terror. Do meio para o final o livro fica um pouco estagnado, mas nada que tenha de fato me incomodado, já que este aspecto é bastante comum nas obras de Stephen King. Esperava uma exploração mais aprofundada em relação aos poderes apresentados, o que me irritou em certos momentos, já que tal falta ocasionou em uma certa inanição dos personagens por boa parte do livro. Tal obra também me soou bem menos prolixa que outros romances do famoso escritor, o que pode ser um ponto positivo para quem se incomoda com tal aspecto narrativo.
“O Instituto” é um livro muito bom (quase excelente), que além de ter me divertido a beça, ainda apresenta um agradecimento emocionante que me fez entender ainda mais toda a carga emocional de “Ascensão”, sua última novela lançada. O romance passa longe de ser terror em sua essência pura. Mas como thriller psicológico é um baita livro que prova que quem é rei até no nome nunca perde a majestade. Indico de olhos fechados!
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