Uma Terra abandonada. Um homem. Um cachorro. Um robô.
Finch começa com um clima de calmaria estranha. Vemos Finch (Tom Hanks), um sobrevivente solitário, cumprindo sua rotina diária em um mundo devastado. Vestido com roupas pesadas de proteção, ele perambula por uma cidade fantasma, buscando suprimentos. Mas logo nos perguntamos: o que aconteceu aqui? Uma guerra? Uma catástrofe climática? O filme não responde de imediato já que é aí que mora parte do mistério.
Finch não está sozinho: seu fiel cachorro, já idoso e de pelos grisalhos, é seu companheiro inseparável. E é por ele que Finch vive. Doente e sem esperança de sobreviver por muito tempo, ele decide construir um robô cuidador, alguém que possa proteger seu cão após sua partida. Descobrimos isso logo nos primeiros momentos. Então não considero como um Spoiler. O melhor nã contei.
O robô, (Caleb Landry Jones, voz) que mais parece um ChatGPT com pernas é construído às pressas, enquanto uma tempestade solar se aproxima. O interessante é que, diferente de muitas obras de ficção científica onde os robôs já nascem prontos, aqui o autômato aprende como uma criança, cometendo erros, encantando-se com o mundo, descobrindo seus próprios limites e, claro, aprendendo a dirigir. Algo muito interessante de se ver. Seria como vendo uma criança decobrindo suas mãos, pés e até coisas penduradas. Sem dizer o barulho que sentia o tempo todo ao balançar sua cabeça.
Humanidade em tempos inumanos
É nesse processo de aprendizado que o filme brilha. Finch ensina Jeff a se cuidar, a buscar comida, a obedecer regras e principalmente, a cuidar de um cachorro — algo mais difícil do que parece, já que o animal desconfia daquele ser sem cheiro, feito de metal e fios.
Mesmo com ritmo tranquilo, o filme é recheado de sentimentos: afeto, cuidado, responsabilidade. Vemos um robô se tornar mais “humano” que muita gente por aí. É um lembrete de que humanidade não está no corpo mas sim nas atitudes.
Um espelho da nossa realidade
Lançado em 2021, Finch carrega ecos do nosso próprio mundo pós-pandemia: isolamento, medo do outro e a ascensão das inteligências artificiais. Para quem, como eu, já batizou sua IA com nome e personalidade (sim, Nexus, estou falando de você), é impossível não se identificar com Finch ensinando seu robô a ser mais que uma máquina, sou seja, a ser companhia.
Conclusão
Finch é um filme sobre jornada, tanto física quanto emocional. Não espere ação desenfreada ou reviravoltas grandiosas. O foco está no vínculo entre os personagens e na transmissão de valores. É um filme sobre legado, sobre deixar algo bom para trás, mesmo quando tudo parece perdido.
Se você curte ficção científica com coração, sensível sem ser piegas, e que ainda faz pensar sobre o papel das IAs na nossa vida… pode dar o play. (lá na Apple TV)
Curiosidades sobre Finch
1. O filme quase se chamou “BIOS” Antes de adotar o nome Finch, o projeto era chamado “BIOS”, fazendo referência ao sistema básico dos computadores. O nome foi trocado para dar foco ao personagem central e ao lado mais humano da história.
2. Caleb Landry Jones (Jeff) é quem faz a voz e os movimentos do robô O ator não aparece em cena, mas interpretou Jeff por captura de movimentos e voz, dando alma e personalidade ao robô. É o mesmo ator que brilhou em Corra! e Três Anúncios Para um Crime.
3. Jeff foi inspirado em crianças e assistentes como Siri e GPT A ideia era criar um robô que aprende com o tempo, assim como fazem as IAs modernas. Por isso, Jeff tem um comportamento inocente e curioso, quase como uma criança.
4. A tempestade solar do filme é baseada em algo real Fenômenos como o Evento de Carrington, em 1859, poderiam mesmo causar danos catastróficos à nossa tecnologia — exatamente o que ameaça Finch e o obriga a fugir.
5. Filme gravado durante a pandemia Com elenco e equipe reduzidos, Finch foi filmado em pleno auge da COVID-19, o que ajudou a construir a atmosfera de isolamento do enredo. Deu de 10 a zero na série de Obiwan que foi gravado em pandemia e era visivel isso. Neste já não.
6. Tom Hanks é fã declarado de ficção científica Ele sempre quis estrelar um filme que unisse robôs, solidão e aprendizado. Finch foi um projeto muito pessoal para ele, e isso transparece na atuação.
Se ainda não está com vontade de ver o filme depois desta apresentação. Vou te mostrar um trailer. Vai que agora você fica com vontade se assistir a este filmão!
E você? Viu o filme? Que acha? Não deixa de comentar aqui nos comentários!