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******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: Stephen Chbosky

Editora: Grand Central Publishing / Gênero: Terror / Idioma: Inglês / 720 páginas

 

Os direitos de publicação no Brasil já foram comprados pela editora Record

No meio de uma estranha noite, uma criança corre pela rua na intenção de escapar de um mal que a persegue. Sons espreitam pelos cantos e uma voz a alerta para que permaneça na rua, pois na rua “eles” não podem pegá-la. Embrenhando por um estranho e assustador bosque, esta criança some. O que aconteceu e o que a perseguia? Anos depois uma mãe desesperada foge de um relacionamento abusivo e procura um lugar seguro para ficar com o filho pequeno. Se mudando definitivamente para a cidade de Mill Grove na Pensilvânia, acredita que agora tudo será diferente; até que seu filho Christopher some e reaparece ouvindo a estranha voz de um homem que passa a orientá-lo e a defendê-lo contra um mal que espreita a cidade e todos que ele conhece. Um amigo imaginário que só Christopher escuta. Um amigo imaginário que o leva ao extremo da imaginação e a uma jornada perigosa que envolverá uma missão quase suicida.

Com uma escrita leve, enigmática e divertida, Stephen Chbosky (autor também de “As Vantagens de Ser Invisível”) nos imerge em um mundo estranho, repleto de referências literárias e bíblicas que vão se desenvolvendo em questões de e medo, enquanto vamos desvendando os mistérios “assustadores” de uma cidade que serve de palco para a luta milenar entre o bem e o mal. Lembrando em diversos momentos obras como “IT, A Coisa”, o conto “O Corpo” (ambos de Stephen King), “O Homem de Giz” de C. J. Tudor e “Stranger Things”, “Imaginary Friend” se consagra como um livro divertido e nostálgico, que apresenta personagens carismáticos, situações pra lá de absurdas e desdobramentos interessantes de acompanhar. Vendido e divulgado como um terror para se ler com a luz acesa, a obra de Chbosky pode decepcionar os fãs do gênero. De terror ele se transforma em uma aventura com elementos sobrenaturais que mais divertem do que assustam. Protagonizado por uma criança, “Imaginary Friend” possui diálogos e situações bastante infantis, soluções que brotam do nada na clara intenção de livrar os personagens das perigosas situações em que se encontram, e desfechos ou escolhas de desenvolvimento que podem desagradar (ou não) aos religiosas mais fervorosos.

Apesar de suas imperfeições, o romance de Stephen Chbosky muito me agradou. A leitura foi leve, muito mais imersiva do que esperava e cheia de escolhas estranhas que me agradaram. Como fã das obras as quais a leitura me remeteu, ler “Imaginary Friend” foi como assistir um episódio de “Stranger Things” ou como ler uma obra escrita por alguém claramente fã de Stephen King. Me apeguei aos personagens, senti vontade de entrar para o grupo de amigos de Christopher, adorei as aventuras apresentadas, amei a vilã e gostei demais das revelações finais, mesmo que as mesmas sejam até que muito óbvias. As questões religiosas são bem inseridas e no final, o autor deixa uma mensagem bacana, boa para se refletir e para nos transformar, se você for uma pessoa aberta a repensar sobre nossos comportamentos julgatórios e pré-concebidos sobre outrem.

Relacionamento familiar, a importância das amizades e da espiritualidade em nossas vidas, amor ao próximo, e a suma importância em saber perdoar, fizeram pra mim “Imaginary Friend” uma leitura especial. Um livro que me incomodou por não se aprofundar em algumas questões importantes, mas que também me acalentou e me deu esperança de que apesar das dificuldades, Ele preza e olha todos os dias por nós. Não encare o terror de Stephen Chbosky como um terrorzão que te fará ter pesadelos. O encare como uma obra para se divertir, seja em uma tarde ensolarada ou em uma noite estrelada ou até mesmo chuvosa. Um livro para terminar a  leitura com um sorriso no rosto, olhar para o céu e agradecer todos os dias por estarmos vivos.

“Onde há fé, há amor; onde há amor, há paz; onde há paz, há Deus; e onde há Deus, nada falta.” 

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