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******************************NÃO contém spoiler******************************

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Autor: Josh Malerman

Editora: Del Rey (publicado por aqui pela Intrínseca) / Gênero: Thriller apocalíptico / Idioma: Inglês / 320 páginas

Quando li “Caixa de Pássaros”, fui dominado por diversos tipos de sentimentos, sendo alguns deles a curiosidade e o medo. Curioso para entender a trama, o mistério e o mundo construído. Medo do desconhecido, do que espreitava pelos cantos, do que se aproximava, mas não podia ser visto. Uma sensação esquisita aflorada pelo excelente desenvolvimento narrativo, que atrelado com as inseguranças dos próprios personagens, foi capaz de trazer à flor da pele as minhas próprias. Quando divulgado que teríamos uma continuação – desejada por muitos, devo aqui salientar – me questionei se realmente tão aguardado lançamento era necessário. Pra mim, “Caixa de Pássaros” é um livro que se basta, que funciona como é, e que como um suspense claustrofóbico e apocalíptico é bem arquitetado, sendo capaz de incomodar e de retroalimentar nossos questionamentos acerca daquilo que não somos capazes de entender.

Claro que mesmo com o pé atrás sobre o que Josh Malerman iria criar e desenvolver quanto ao plot, resolvi ler a obra, embarcando na leitura de “Malorie” não esperando absolutamente nada. Apesar de adorar o livro que antecede o que aqui resenhado, não tive uma experiência positiva com “Piano Vermelho”, outra obra do autor, que inclusive é um dos piores livros que já li na vida. O que acarretou no controle total de minhas expectativas quanto a continuação de “Caixa de Pássaros”. “Malorie” não é um livro ruim, nem um livro excelente (em minha opinião). Não é uma continuação necessária e nem desnecessária. É um livro bem escrito, com um desenvolvimento espetacular de personagens e com um desenrolar meramente interessante. Nas 320 páginas do suspense, Malerman expande a narrativa, indo além do que é apresentado no primeiro livro. Agora além de não podermos enxergar, também não devemos ser tocados; o que aumenta o desespero dos personagens, e consequentemente o dos leitores.

Agora com dezesseis anos cada um, os filhos da personagem central ganham espaço narrativo, dão suas visões de mundo, tem suas personalidades bem exploradas e possuem comportamentos verossímeis, tendo em conta a idade que possuem (um ponto bastante positivo para o autor). A protagonista é muito bem desenvolvida, exemplifica bem o desespero humano no “novo normal” criado pelo escritor e protagoniza boas cenas, que são condizentes também com o que já conhecemos dela. O livro mata algumas curiosidades (não, não responde o que “todo mundo” queria saber) e realmente funciona como continuação.

Todavia, devo dizer que pra mim “Malorie” está em um nível inferior ao de “Caixa de Pássaros”. Achei o desenrolar dos fatos muito linear, achei que em alguns momentos o autor discursa de forma repetitiva e o romance não me entregou nenhuma cena que tenha me dado medo, que tenha me deixado apreensivo ou que tenha me feito roer as unhas. Tenho na memória até hoje cenas que marcaram minha leitura da obra antecessora, que me fizeram suar frio e que realmente me amedrontaram. Em “Melorie” não senti nada. Onde foi parar toda a apreensão que senti lendo o primeiro livro? Não faço ideia. Em contrapartida, o autor foi inteligente em criar situações que conversam muito bem com nosso atual momento, o que poderá impactar de forma positiva alguns leitores (e também incomodar), já que traz identificação devido a verossimilhança.

O desfecho tem bons momentos, apresenta uma luz no fim do túnel e acredito que muitos o irão considerar  um livro bastante satisfatório. Pra mim foi uma leitura apenas ok. Mais um dos grandes lançamentos e continuações do ano, daqueles que divide opiniões e que gera debates interessantes, produtivos e por que não dizer também raivosos provenientes dos vindouros sentimentos de decepção de alguns? “Malorie” não foi capaz de me animar, não me foi um processo de leitura doloroso, mas também não me foi uma leitura descartável. Um livro que apesar dos pesares, funciona dentro da proposta apresentada. Se devem o não lê-lo, não sei dizer. Talvez sim, se for muito fã do autor e do livro que deu origem a adaptação da Netflix. Se decidir lê-lo, ao se ver no mundo de “Malorie”, não se esqueça: Não abra os olhos e não seja tocado!

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