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******************************NÃO contém spoiler******************************

Autor: Paul Tremblay

Editora: Bertrand Brasil / Gênero: Terror / Idioma: Português / 252 páginas

Que escolha você faria se soubesse que o fim do mundo está próximo e que você pode salvá-lo desde que tome uma decisão aterradora de assassinar alguém? Uma escolha perturbadora que serve como ponta pé inicial de “O Chalé no Fim do Mundo” do autor Paul Tremblay, lançado em 2019 e vencedor do Bram Stoker Award daquele ano. Como um romance de terror, detentor de um prêmio conceituado e tendo vencido nada mais nada menos que “Outsider” de Stephen King, confesso que esperava muito mais de “O Chalé no Fim do Mundo”.

Com uma ambientação que remete a filmes como “Os Estranhos” de 2008 dirigido por Bryan Bertino e “Nós” de Jordan Peele lançado em 2019, a obra de Tremblay nos apresenta uma família passando um tempo em um afastado chalé; sem internet, com apenas seus livros e diversões aleatórias como capturar gafanhotos. Tudo muda quando estranhos portando armas caseiras como foices, aparecem afirmando que precisam adentrar o chalé para que tenham a oportunidade de salvar o mundo. Do lado de dentro uma família assustada sem saber o que fazer. Do lado de fora, pessoas estranhas que fazem afirmações desconexas, que rondam o chalé e que ameaçam adentrá-lo. Com um início interessante, o terror de Paul Tremblay perde força ao apresentar diálogos repetitivos que não chegam a lugar nenhum.

Com diversas referências bíblicas e históricas, “O Chalé no Fim do Mundo” tenta a todo momento nos fazer refletir sobre os sofrimentos alheios e sofre a fé em um Deus que permite tais consternações, nos colocando frente a decisões ilógicas ao longo da vida. “Que tipo de Deus está fazendo tudo isso acontecer?”  – indaga um dos protagonista em determinado momento da narrativa. O desenvolvimento precário dos personagens e dos diversos temas inseridos, transformam o suposto melhor terror de 2019 em uma obra indigesta.

Não posso negar que há alguns momentos interessantes, com sequencias tensas e bem escritas dignas do gênero. Entretanto, o autor parece não saber como sustentar o suspense de sua própria obra, construindo uma narrativa que oscila a todo momento, levando a uma história que caminha para um desfecho confuso, que tenta deixar uma mensagem de união e esperança, mas que só contribui para toda a confusão que é este livro.  Ao terminar de ler “O Chalé no Fim do Mundo”, só conseguia pensar: “Quais critérios utilizaram para elegê-lo o melhor romance de terror do ano?”

Sem explicações, com infinitas tentativas de se consolidar como terror, com escolhas equivocadas por parte do autor e com um final decepcionante, o livro da vez é mais um que entra em minha pilha de livros a não se indicar. Gostei de pouquíssimos momentos, não consegui me apegar aos personagens e achei tudo deveras superficial. Todavia,  não posso dizer que me sinto completamente decepcionado. Diante de tantas críticas negativas, esperava algo muito pior do que de fato foi. Já li coisas muito piores e sem sentido que conseguem superar com facilidade o terrorzinho de Paul Tremblay (“A Febre” e “Piano Vermelho” mandam lembranças!). E fica a grande questão… “O Chalé no Fim do Mundo” mereceu ganhar o Bram Stoker Award? Ainda preciso dizer algo mais sobre o que penso a respeito?

PS. O prêmio Bram Stoker sempre premia os livros do ano anterior. 

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