Resenha do Livro Portopus: Conflito Intergalático
“Uma space opera nacional que mistura ação militar, conspiração alienígena e alma latina no espaço sideral.”
Se você é fã de ficção científica raiz, do tipo que mistura ação frenética, tensão política e soldados em ambientes claustrofóbicos, então Portopus: Conflito Intergalático, do autor Juvêncio Neto, merece um lugar de destaque na sua estante (ou na sua nave).
Essa é uma obra que não pede licença pra entrar no universo sci-fi nacional: ela arromba a porta com uma trama cheia de intrigas, personagens marcantes e uma boa dose de caos intergalático. O melhor? Tudo com uma identidade latino-americana que dá um sabor único ao gênero.
️ Sinopse sem spoiler
Tudo começa quando Lomanto, um astronauta brasileiro curioso e impulsivo, avista uma nave colossal próxima da estação espacial internacional. Ninguém sabe de onde veio. Ninguém responde ao chamado. É claro que ele decide investigar.
Ao lado de seu comandante, os dois invadem a nave misteriosa e descobrem algo além da compreensão: pessoas paralisadas, sombras armadas, sistemas em colapso e um idioma alienígena que parece cuneiforme. A nave parece humana… mas também não parece. E o pior: eles não estão sozinhos ali dentro.
Enquanto a tensão cresce dentro da nave, do lado de fora, a estação internacional latino-americana (sim, você leu certo!) tenta se comunicar e descobrir o que está acontecendo. Um robô chileno chamado Zagueirinho vira peça-chave na tentativa de salvar os astronautas.
Ao mesmo tempo, tropas espaciais de elite (com destaque pra soldados israelenses, russos, norte-americanos e franceses) são mobilizadas para lidar com uma ameaça que pode ser humana… ou não. Entre as sombras, uma mulher guerreira se infiltra usando tecnologia de invisibilidade e técnicas de combate de elite. O jogo muda. A guerra começa.
Pontos fortes da obra
✅ Ambientação cinematográfica
O livro é escrito como se fosse um roteiro de filme sci-fi militar, com descrições precisas, tecnologia futurista crível, e cenas de ação que funcionariam muito bem na tela grande. Se você visualiza as cenas enquanto lê, esse livro vai te prender.
✅ Protagonistas humanos e reais
Lomanto não é herói perfeito. Ele é humano. Curioso, impulsivo, e cheio de dúvidas. O comandante também é pé no chão, e os diálogos entre eles trazem veracidade e tensão. Além disso, a guerreira infiltrada é um destaque absoluto: forte, estratégica, implacável… uma personagem que merecia até um spin-off só dela.
✅ Identidade latina no sci-fi
Pouquíssimas obras de ficção científica trazem astronautas brasileiros, argentinos, robôs chilenos e tensão internacional com sotaque. Aqui, isso não é só fanservice: é parte orgânica da trama. A América Latina tem protagonismo, e isso é um baita diferencial.
✅ Mistério alienígena bem construído
A dúvida paira o tempo todo: será que esses seres são humanos? Ou são algo disfarçado? A presença de figuras com olhos vermelhos, trajes avançados e atitudes hostis, somado à linguagem desconhecida, cria um clima de mistério e ameaça constante.
✅ Ação bem escrita
Tem perseguição, combate corpo a corpo, confronto de exércitos, sabotagem invisível e cenas táticas de guerra espacial. Tudo no tempo certo, com adrenalina crescente.
O que poderia melhorar?
Como toda obra feita com o coração, sempre tem espaço pra lapidar. E aqui vai uma sugestão pontual:
Alguns parágrafos de ação são longos demais, o que pode atrapalhar o ritmo da leitura em momentos que pedem mais agilidade. Uma edição futura com parágrafos mais curtos e cortes mais secos deixaria a leitura ainda mais envolvente e dinâmica.
Mas isso não compromete a obra, que entrega bem sua proposta e faz jus ao gênero que homenageia.
Veredito final
Portopus: Conflito Intergalático é ficção científica de raiz, feita com carinho, criatividade e coragem. Uma história de naves, guerra, lealdade e conspiração intergalática, tudo isso com sotaque latino e personalidade própria.
É uma obra que merece destaque não só pelo que conta, mas por como conta. O autor não tem medo de ousar, mistura gêneros, inventa termos, cria tecnologia, e acima de tudo: coloca o Brasil (e a América Latina) como peça central de um enredo espacial de peso.
Nota final: 8,7/10
“Uma space opera com DNA latino, alma cinematográfica e clima de blockbuster dos bons. Um sci-fi brasileiro pra ninguém botar defeito.”
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