Não é de hoje que tenho percebido que a literatura brasileira tem estado em alta, pois sempre estamos conhecendo autores novos com histórias maravilhosas. E hoje quero falar sobre mais uma obra que fui presenteado ao ler e terminar a sua leitura. A obra em questão está intitulada como Inferis, escrita pelo brasileiro Alex Zuchi.
FICHA TÉCNICA
- Número de páginas: 301 páginas
- Edição do Autor
SINOPSE
Matheus Mayer é um homem atormentado pelos infortúnios do passado. Acusado pela morte de sua família, ele tenta provar tanto a sua inocência quanto o fato de que sua filha ainda está viva enquanto é mantido preso há uma década em diferentes instituições psiquiátricas. Ao ser encaminhado para um novo Hospital Psiquiátrico – construído em meio à uma região isolada – Matheus encontra apenas cinco pacientes. Cada um deles carrega uma personalidade completamente distinta do outro e cada um parece almejar um objetivo inteiramente diverso. Uma característica especial, contudo, parece uni-los. Os demais residentes do hospital são funcionários dedicados exclusivamente aos seis homens.
Matheus começa a perceber que enigmas sombrios ecoam dentro da instituição, principalmente após a chegada de um homem misterioso chamado Heitor Velasques e sua equipe de pesquisadores, cujos intentos ainda são desconhecidos. A tensão entre os funcionários é quase palpável.
Resoluto a provar sua inocência e reencontrar sua filha, Matheus Mayer passa a sentir a presença de manifestações sobrenaturais que parecem habitar nas entranhas da edificação, tanto em sonhos proféticos quanto nas súbitas alterações físicas e mentais dos residentes do hospital psiquiátrico. As manifestações parecem evocar sensações distintas, como se o divino e o profano lutassem para garantir seu domínio.
De um a um, os internos são chamados pela equipe de pesquisadores para um experimento. Depois dele, eles não são mais encontrados em lugar algum, assim como mudanças físicas e sensoriais parecem transformar as dependências do hospital psiquiátrico em um local completamente diferente. Agora há dor, cheiros nauseantes, chamas e paredes pulsantes.
Aflorando seu lado investigativo e com o auxílio de funcionários do próprio hospital, Matheus Mayer começava a desvendar as motivações de Heitor e se vê enredado em um perigoso e complexo jogo, no qual por meio de dispositivos de interfaces neurais e drogas experimentais, a mente dos condenados é invadida em busca da chave para o domínio dos deuses.
É chegada a hora de explorar as entranhas do inferno na jornada rumo ao reencontro.
Inferis (A Escuridão Pulsante toma forma) se passa dentro de uma instituição psiquiátrica, na qual conhecemos o protagonista Matheus Mayer, que foi acusado de assassinar sua família; e também somos apresentados a mais personagens secundários importantes para a trama, que foram construídos muito bem e com muitas peculiaridades próprias. Mas dá pra entender, pois se uma pessoa está internada em um hospício, ela teria certas atitudes que não pareceriam normais em nossa sociedade.
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]
“As pessoas costumam fantasiar sobre locais longínquos quando estão sozinhas, deitadas no isolamento de um quarto escuro e com o sono distante. Algumas pessoas idealizam mundos perfeitos nos quais todos anseios sejam passíveis de serem conquistados, de que todos os amores surjam em sua trajetória sejam passíveis de serem correspondidos.De que a morte jamais encontre aqueles que lhe são importantes.”
[/testimonials]
O fato de termos muitos personagens na trama, faz com quê você acabe gostando mais de alguns e também faz com queira ver alguns outros sofrerem. No caso dos internos, eu acabei muitas vezes não sabendo qual era qual, pois além do nome normal, ainda temos os apelidos dos personagens. Acredito que o autor tentou dar apelidos para associarmos mais facilmente, mas eu tenho um sério problema em lembrar nomes, e por serem muitos personagens na trama apenas alguns nomes eu consegui lembrar facilmente: Ênio Amaral, o psiquiatra é um dos que me fez lembrar rapidamente o nome e também por associar a maneira culta da fala dele.
A fala dos personagens também é algo muito bom a se apontar na trama, pois normalmente os autores não usam as variedades linguísticas que temos no Brasil. A maneira como as pessoas falam, nos diz muito sobre a personalidade, criação e o local de onde ela viveu a maior parte da vida. Quando vejo narrativas que mostram e apontam isso, fico muito satisfeito, pois isso mostra que o autor pesquisou muito e que entende todas as variedades linguísticas que temos no Brasil.
[testimonials user=” email=” name=” position=” photo=”]”Eu fui lá no quartu – Perv Sentou-se ao lado de Matheus. Toda vez que conversava agitava as mãos descontroladamente. – Mas nun guentei o cheiro de merda no banheru! – Finalizou com uma gargalhada irritante.[/testimonials]
Como se não bastasse todas as coisas sobrenaturais e os problemas que temos com os personagens, coisas muito estranhas e mistérios começam a se manifestar no momento em que Heitor Velasquez chega à clínica. Não quero me estender nesse assunto, mas junto com a chegada do “novo médico”, os problemas de Matheus Mayer e de todos que estão no local começam a piorar…
Em Inferis, O título foi muito bem usado, pois em muitas partes do livro, principalmente nos momentos sobrenaturais, têm falas e passagens que são escritas em latim, então nada melhor que utilizar um título em latim, que me fez ficar curioso e pesquisar o seu significado; O enredo teria sido um pouco melhor pra mim, se eu tivesse lido o livro anterior, não que o primeiro livro interfira no enredo do segundo, mas eu teria me conectado melhor com o segundo livro se tivesse lido antes Transcendência da Carne; Os personagens, como disse anteriormente, são todos bem descritos e têm a sua função importante no enredo principal, mas não consegui memorizar todos os nomes; O final foi muito bem pensado e se tivesse tido algum outro rumo, não teria ficado tão bom, e ainda ficou alguns pontos que podem ser ligados e usados para uma possível sequência.
Comentários finais
Fico muito feliz quando leio obras nacionais, principalmente quando são obras de autores de autores que não têm uma editora, os quais normalmente faz todo o trabalho sozinho (revisão, diagramação, releituras, pesquisas…). Sei o quanto é difícil ser aceito por editoras brasileiras, pois muitas delas não podem abrir um espaço que elas não têm certeza que darão o retorno, mas acredito que se as obras fossem um pouco melhor analisadas e eles dessem metade da divulgação que os grandes nomes têm, teríamos muito mais obras como essa no mercado.
Alex Zuchi é brasileiro e mora no Rio Grande do sul e além de escrever livros, toca em uma banda de rock chamada In Torment. e também já publicou anteriormente outro livro: Transcendência da Carne.
Recomendo Inferis para todos aqueles que gostam de livros de suspense, terror psicológico e queiram ler um livro fora do comum e escrito por um autor nacional, assim como eu.
Compre o livro físico
Compre já