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Resenha por: Neto Pires


9021113O Orador dos Mortos… Mas que diabo são esses oradores dos mortos? Isso você só vai saber se ler os livros dessa série que é ganhadora de muitos prêmios. O título do livro é esse mesmo que mencionei. Basicamente um orador dos mortos é como se fosse um missionário de uma nova “igreja” que surgiu com os adventos das viagens espaciais no mundo de Ender’s game e tal Orador é chamado para falar, a quem quer ouvir e conhecer, as intenções na vida do sujeito falecido e seus atos quando vivo. O livro narra à vida mais uma vez de Ender, o Xenocída[i]. Mas nesta obra não encontramos um mundo humano cheio de humanos medrosos por uma guerra entre aliens invasores que buscam desesperadamente outro lugar para morar. Isso quer dizer que a humanidade agora ocupa os antigos planetas que foram ocupados pelos Insectas, antigos inimigos dos humanos.

Quando o primeiro livro termina vemos uma nova organização geopolítica, afinal os humanos estão agora em mais de 100 planetas e descobrem que eram somente duas espécies capazes de fazer viagens na velocidade da luz, uma são os humanos e os outros eram os Insectas. Isso até um momento em que conhecem outra raça de seres inteligentes num outro planeta, mas não tão avançados; esse planeta se chama Lusitânia, nome escolhido para homenagear os falantes da Língua Portuguesa. Neste pedaço de mundo vemos uma civilização totalmente brasileira, sim, brasileiros colonizando planetas (espero que no futuro consigamos fazer isso como nação e que os políticos não zoem).

E Ender está com seus trinta e cinco anos e uma história de três mil anos.  Agora não conta mais com seu apelido Ender, somente é conhecido por Andrew Wiggin. Como? O cara tem três mil anos? É, tem isso mesmo. Isso é possível graças à velocidade da luz que faz com que quem está na espaçonave não envelheça, mas faz com que tudo que está fora passe em seu tempo normal. Sim, Ender virou um peregrinador de planetas pregando sua nova cresça e falando a verdade sobre todos que já morreram. Ele prega a verdade dos falecidos para quem quer ouvir, já disse. É a religião deles, paciência.

A Marvel fez Gibis do Orador dos Mortos. (Somente em inglês)

A Marvel fez Gibis do Orador dos Mortos. (Somente em inglês)

Mas o que mais é legal é a evolução que há na trama e na narrativa. O escritor já experiente nos mostra um mundo complexo e com personagens complicados. A maneira como ele descreve a personalidade de cada um dos atuantes é soberba e perfeita. Podemos reconhecer cada um dos atuantes perfeitamente através de suas personalidades únicas e complicadas. Mas como cada escritor tem seu estilo vemos que ele ainda não enriquece o a descrição dos personagens ou de cenários. Isso ele deixa livre para nós imaginarmos, foi o que ele mencionou no seu livro: O mundo de Ender’s game.

Se você espera um livro de ação não leia, e se não leu o Jogo do Exterminador não leia também. Esse livro está muito mais Filosófico do que qualquer outra coisa. Ele mostra que o perdão é a melhor coisa a se fazer. Isso mesmo, perdão, o livro é tão completo que há uma trama que me deixou angustiado em vários momentos. Ainda mais quando se trata de família.

E temos a melhor “Cortana” de todas, mas ele não copiou a inteligência artificial que fica se comunicando com um “espartano”. Na verdade A Cortana foi cópia de Jane, o computador, e único, com Inteligência artificial da terra. Andrew se comunica com ela através de um aparelho muito simples. Leia você mesmo e saberá do que falo.

A outra raça que mencionei se chamam Porquinhos. É uma espécie de porco peludo bípede em fase tribal de evolução, com direitos a arcos e flechas. Esses porcos acabam assassinando um dos Xenobiólogos, mas isso foi feito por um ato que somente você descobrirá se ler a obra. Quando eu descobri o motivo me enraveci, pois percebemos qual desprezível é nossa espécie em não entender ou tentar entender as ações dos que não são iguais a nós. Resumindo essa parte posso dizer que essa curiosa espécie tem uma religião completa e com um ciclo de vida muito intrigante. Mas o problema que esses “porquinhos” trazem doenças que anulam os órgãos humanos, começando pelos órgãos reprodutores. Então a cada descoberta e virada de página há uma nova surpresa e curiosidade.

O que pude perceber no livro é que o autor nos mostra uma centelha de religião e que alguns que lerem minha resenha podem entender o que escreverei: A verdadeira cura vem com o perdão total dos erros dos outros, e principalmente de nossos próprios. Somente o perdão é capaz de limpar a alma.

E com isso me despeço de vocês mais uma vez. Espero que eu tenha despertado a vontade de conhecer o mundo que Orson Scott Card criou para nós compreendermos mais sobre como somos.

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[i] A palavra xenocída vem da palavra xenofobia que é comumente associada à aversão a outras raças e culturas, e também associada à fobia em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo que apresenta a fobia habitualmente não entra em contato ou evita fazê-lo.

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