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Cartas Para Martin – Nic Stone | Não se faça de daltônico, o racismo existe. Cartas Para Martin – Nic Stone | Não se faça de daltônico, o racismo existe.
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******************************NÃO contém spoiler******************************* Autora: Nic Stone Editora: Intrínseca /  Gênero: Romance YA / Idioma: Português / 256 páginas #NÃOAORACISMO  #DIADACONSCIÊNCIANEGRA #LITERATURANEGRA #MARTINLUTHERKING  Quando abrimos... Cartas Para Martin – Nic Stone | Não se faça de daltônico, o racismo existe.

******************************NÃO contém spoiler*******************************

Autora: Nic Stone

Editora: Intrínseca /  Gênero: Romance YA / Idioma: Português / 256 páginas

#NÃOAORACISMO  #DIADACONSCIÊNCIANEGRA #LITERATURANEGRA #MARTINLUTHERKING 

Quando abrimos as páginas de qualquer site de notícias ou quando ligamos a televisão e nos deparamos com crimes bárbaros provenientes nitidamente do racismo, não temos como não nos revoltarmos ao pensarmos na ilógica dessas coisas acontecerem. Quantas pessoas negras são agredidas todos os dias – física ou verbalmente – sem que muitas vezes não nos damos conta disso? É por esses e tantos outros motivos que livros como Cartas para Martin se fazem necessários; pois o racismo existe e precisamos falar sobre ele. Assim como ocorre em O Ódio Que Você Semeia da autora Angie Thomas, no romance de Nic Stone acompanhamos um jovem negro tendo que lidar com o fardo de ser negro em uma sociedade racista. Enquanto tenta ajudar a ex-namorada bêbada a voltar para casa em segurança, Justyce McAllister é abordado de forma agressiva por um policial, algemado e preso – acusado de forma não muito clara –  por tentativa de sequestro, estupro etc (tudo é apresentado por Stone de forma deveras subjetiva).

“Eu tenho o sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pelo cor de sua pele.

 Martin Luther King”.

Com uma escrita bastante simples, a escritora suscita discussões sobre racismo, intolerância, manipulações e distorções midiáticas, e tudo com muita assertividade de alguém que sabia do que estava falando. com personagens carismáticos e com diálogos fabulosos, Nic Stone entrega aos leitores uma obra que revolta, choca, que é dolorosa ao extremo e que deixa a mensagem clara de que precisamos mudar não apenas a nós mesmos, mas também a sociedade a qual fazemos parte. Lutando para ser como Martin Luther King, Jus (como é tratado carinhosamente pelos amigos), desabafa em cartas escritas para quem ele admira e deseja ser igual.

“Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.

Martin Luther King.”

Não é uma leitura das mais fáceis, principalmente se você for negro. Coisas absurdas acontecem em uma sucessão de injustiças sustentadas pela mídia e pela sociedade, com as claras intenções de maquiar o racismo latente que rodeia a todos nós. Afirmações de que o racismo inexiste e que somos todos tratados de forma igualitária, ocorrem no romance de forma tão real, que chega de fato a assustar. Os caminhos narrativos escolhidos por Nic Stone são muito parecidos com os escolhidos por Angie Thomas, e da mesma forma e com o mesmo impacto, nos causam vertigens e nos amortece de forma a nos fazer sentir nojo do mundo que habitamos.

“Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande para suportar.

Martin Luther King”.

Adorei o livro, os personagens e as temáticas abordadas com tanta verossimilhança. Não o avalio com nota máximo, por simplemente não ter me convencido com o desfecho de alguns personagens (não explorarei melhor esta minha percepção para não entregar spoilers), mas indico esta leitura e passo a considerá-la essencial. Em mundo onde muitos adoram se fazer de daltônicos, Cartas para Martin prova que não somos todos iguais e que em pleno século XXI a cor de pele ainda pode determinar o destino de muitos, de forma trágica e muitas vezes irreversível. Infelizmente Martin Luther King tinha razão; aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas infelizmente ainda não aprendemos a conviver como irmãos.

Indicações de outras resenhas de livros que você pode vir a gostar:

O Ódio Que Você Semeia – Angie Thomas

A Autobiografia de Martin Luther King – Organizada por Clayborne Carson

E Se Obama Obama Fosse Africano? – Mia Couto

Os Caminhos de Mandela – Richard Spengel

 

[stellar]
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Fernando Lafaiete

O que vocês devem saber sobre mim? Me Chamo Fernando Henrique Lafaiete, mas vocês podem me chamar de China. Apelido este, dado pelos meus melhores amigos. Sou viciado em leitura, sou poliglota, auditor de hotel, professor de inglês, fã de fantasia, fã de livros policiais, fã de YA, fã terror e fã de clássicos. Luto ao máximo contra o preconceito literário que alimenta a conduta dos pseudo-intelectuais e sou fã de animes e qualquer coisa que envolva super-heróis. Amo escrever todo tipo de texto, em especial resenhas. Espero que minhas opiniões sejam de alguma valia para todos que tiverem acesso as mesmas. Sou sempre sincero e me comprometo a dividir minhas opiniões da maneira mais verdadeira possível. Agradeço o convite para fazer parte do grupo de resenhistas do site e que minha presença aqui seja duradoura.

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