Resenha Guerra dos Mundos
H.G. Wells
Imagine o mundo ainda no século 19. O que será que eles já tinham conhecimento? Será que já sabiam o que sabemos hoje sobre planetas? Será que conseguiam saber sobre a composição dos planetas, se tem atmosfera densa ou coisas do tipo? O livro que vamos ver hoje foi escrito lá no final do século 19, o legal que na época o livro se passava um pouco no futuro.
H.G. Wells era fã de carteirinha dos escritores e “palpiteiros” de Marte. Com uma paixão completa por Marte ele leu os livros de Percival Lowell que fez as primeiras especulações sobre o planeta Marte, dizendo inclusive de que teria vida no planeta vermelho. Ele gostou tanto das especulações de Lowell, e foi com esse entusiasmo, que junto a seu irmão imaginaram como seria se os alienígenas viessem para o nosso planeta. Junto imaginaram se seria da mesma forma que os índios pensaram sobre os europeus quando esses chegaram ao novo mundo. Com tudo isso formado veio então a ideia de escrever sobre a invasão alienígena no mundo, mas ao invés de serem os índios sendo invadidos seriam os tão gloriosos ingleses com seu exército nunca derrotado.
O legal da questão de que se como observamos as coisas microscópicas serão possíveis outros seres nos observar? O livro conta com esse ambiente e nos faz pensar: será mesmo que isso é possível? Será que outros seres nos estudam ou até nos cobiçam?
No livro quando os marcianos chegaram, vieram em cilindros caindo em forma de raios. Quando caiam formavam uma cratera. No livro ele conta com detalhes o que o povo britânico fez quando viram isso cair, é claro que foram ver o que estava acontecendo, até começaram a vender seus produtos lá perto.
ACESSEM O NOSSO CANAL NO YOUTUBE
Depois de um tempo lá, os marcianos começam a martelar dentro de seus cilindros, um deles até sai e se mostra para todos os londrinos de lá. Essa descrição é a melhor descrição de alienígenas que já vi. Como conseguem ser tão criativos esses homens escritores? Esses bichos descritos que deram a origem de muitos alienígenas que conhecemos no mundo de hoje, com direito a testa grande, tentáculos e máquinas que queimam e deixam apenas os ossos. Que descrição em, e isso tudo no século 19. Mas o sensacional é que ele diz ainda que eles são tão moles que mal aguentam a atmosfera de nossa terra. Nesse momento me espanto em saber de como que sabiam a atmosfera da terra em relação a Marte?
A narrativa é muito detalha contando dos alienígenas, das máquinas, das reações das pessoas, do exército e da biologia dos ETs. Eu lendo o livro consegui ver o quão apocalíptico ficou Londres com essa chegada inesperada. Foi praticamente da noite para o dia que eles chegaram e devastaram tudo e fazendo com que o lugar onde viviam mudasse de uma forma que o fazem regredir (em questão civilização). De dias tranquilos que tinham ganharam dias conturbados, tiveram que se virar com tudo.
Achei incrível a descrição da criatura de três pernas maiores que prédios. Achei muito criativo o fato de como ele descreveu os raios laser saindo do trípode. Imagine como seria tal descrição? É claro que seria através de jogos de espelho. Então em cima de cada trípode havia uma espécie de espelho que transmitia raios que refletia do sol. Isso para a época foi demais! A parte que mais gostei foi quando os ingleses conseguiram derrubar um trípode. Imagine agora você com arcabuzes e obuseiros arcaico, com carros que mais pareciam carroças e ainda assim tendo que lutar contra um robô gigante? Pois é, no livro os ingleses lutaram até o fim com um inimigo mais poderoso. A descrição é tão intensa que conseguia imaginar o cheiro de pólvora soltado pelos tiros de canhões no trípode, e depois de vê-lo caído conseguia ter o sentido de esperança de que tudo daria certo.
No livro não se fala o nome do narrador, apenas sabe-se que o personagem era um homem bem posicionado na sociedade e amante de astronomia, sabe-se que ele ama sua esposa também, mas não fala o nome. Dizem que o narrador da história é o próprio H.G.Wells, que com suas imaginações resolveu viajar numa guerra entre marcianos.
Há uma parte no livro onde todos estão fugindo de uma cidade, aquela cena foi reproduzida no filme mais recente sobre o assunto, aquele com o tio Tom. Mas essa cena não se compara com a cena do filme, no livro é mais intenso e mais real de alguma forma. Outra parte legal é quando derrubam o segundo trípode numa batalha marítima digna de reprodução. O livro é extremamente original, é tão original que mesmo nos dias de hoje se lermos ainda assim nos espantaríamos! Por isso esse livro é um clássico de muitos que H. G. Wells escreveu.
Não devemos esquecer a parte em que nos faz pensar. Como seria se a humanidade fosse invadida e colonizada por outros povos com culturas e máquinas diferentes? Teríamos o mesmo destino que os povos indígenas? É provável que sim, faríamos resistência, tentaríamos se livrar dos invasores, outros tentariam se aliar a eles, e muitos simplesmente morreriam. Foi isso que aconteceu com os índios, que viviam uma vida tranquila até que um belo dia o Europeu chegou aqui. O livro começa com a mesa tranquilidade que tinham os povos indígenas, numa vida mansa. Então esse livro pode-se dizer que foi uma crítica a toda essa colonização que foi feita nas Américas. E não, os ETs não tinham escudos invisíveis, e sim, os micro organismos os deixou fracos.
Então minha gente, é isso, não deixem de ler essa maravilhosa obra prima! Não se esqueçam de compartilhar!
[…] sei que já temos uma resenha sobre a Guerra Dos Mundos, mas não me refiro aquela obra de H.G. Wells escrita ainda no século […]
Também achei interessante que o narrador, assim como o padre e o artilheiro não foram nomeados, gostei disso. No entanto, eu li de maneira diferente a questão da colonização. Será que Wells não queria fazer uma crítica à sociedade inglesa que, assim como os alienígenas, invadia e sugava o sangue dos povos dominados, destruindo suas culturas? A conexão me ocorreu pois, no mesmo ano em que “A Guerra dos Mundos” foi escrito, Canudos estava sendo devastada no Brasil.https://faccaopcc1533primeirocomandodacapital.org/2023/05/30/guerra-dos-mundos-primeiro-comando-da-capital-faccao-pcc-1533/