
WandaVision – DISNEY+ | O Nascimento de uma lenda.

******************************NÃO contém spoiler******************************
É inegável a decepção de muitos ao se deparar com uma das personagens mais poderosas dos quadrinhos sendo tratada e retratada nos cinemas com limitações que a nerfavam de forma bastante incômoda e porque não dizer inadmissível? Muitos se perguntavam quando chegaria o momento de Wanda Maximoff no MCU. Como trabalhar uma personagem extremamente poderosa e quando ela alançaria seus admiráveis e temidos poderes? Com momentos capazes de saciar uma pequena parcela dos fãs, a jornada de tão amada superheroína foi sendo construída aos poucas, tendo seus traumas, inseguranças e momentos de ira sendo apresentados parcialmente e aparentemente sem pesar a mão e sem deixar evidente o tão frágil psicológico da heroína em questão. Se nos quadrinhos ela foi capaz de sozinhas exterminar todos os mutantes da terra ao pronunciar apenas três palavras, e enfrentar de frente a força Fênix, nos cinemas ela parecia ser apenas mais uma no meio de tantos outros. Mas eis que nos foi anunciado WandaVision, a série que prometia se aprofundar nos traumas e poderes da instável Feiticeira Escarlate, tendo como base um dos melhores arcos da personagem, o tão amado e comentado Dinastia M.
Diferente de tudo que já nos foi apresentado no momento, a série diferentona e com cara de séries dos anos 80/90, com ar de sitcom, vem para suavizar, iniciar de vez a fase 4 da Marvel (na verdade reforçar o que já havia sido iniciado) nos cinemas e começar a mostrar do que nossa querida feiticeira é capaz. Com episódios bastante cômicos e com um início divertido, confuso e lento, a série nos imerge em um clima de cunho psicológico bastante acentuado, com piadas e atuações em certos momentos caricatas, e com diversas referências ao quadrinhos, principalmente no que tange a construação da personagem em si. Os episódios iniciais são interessantes, cumprem o prometido de nos entregar algo diferente do até então visto nos cinemas e nos instiga, nos movendo com cautela e assertismo aos próximos episódios. Em certo momento tanta piada e falta de ação começam a cansar, nos fazendo questionar o objetivo da narrativa que parece não levar a lugar nenhum.
Todavia, os roteiristas e diretores pareciam saber o que estavam fazendo, elevando significativamente o nível dos episódios finais, nos entregando menções que alimentam as teorias dos fãs e que nos animam para o que virá a partir de agora na tão aguardada fase 4. Nos entrega todo o potencial da personagem central? Não. Mas dá um pontapé inicial que empolga e nos deixa no mínimo curiosos. Explora todas as camadas do arco o qual se inspira? Também não. Mas trabalha suas camadas primárias de forma satisfatória. As atuações também estão excelentes e os diversos climas dos episódios se mesclam bem, indo da comédia, pro suspense e pro drama de forma equilibrada e orgânica, fazendo de WandaVision a inovação que o MCU necessitava. Irá agradar a todo mundo? Obviamente que não. Mas inovar é sempre necessário e sem sombras de dúvidas o sucesso do momento se torna desde já uma peça fundamental para os fãs da Marvel – e também para os telespectadores desavisados – que desejarem entender toda a plenitude do que se constrói a partir da série aqui resenhada. WandaVision nos entrega o nascimento de uma lenda. O surgimento de um poder que muito quero ver ser explorado com afinco nas próximas produções. Que em Doutor Estranho 2: No Multiverso da Loucura nos seja entregue uma Feiticeira Escarlate a ser temida, a ser amada e a ser venerada; tudo que os fãs sempre aclamaram. A hora de Wanda Maximoff parece ter chegada. WandaVision é uma série obrigatória, aqui, agora e sempre!
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